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Pesquisadores do Departamento de Agricultura da Flórida e da Universidade da Flórida identificaram a técnica mais eficaz para detectar o percevejo Amrasca biguttula. A praga, originária da Ásia, provoca perdas em lavouras de algodão, quiabo e berinjela nos Estados Unidos. Um método de amostragem ativa utilizando bandejas com álcool isopropílico a 70% superou outras sete técnicas testadas em campo.
Métodos passivos, como armadilhas adesivas, apresentaram baixa eficiência na detecção da praga. Os insetos capturados degradam-se rapidamente ou passam despercebidos em meio a outros espécimes. Além disso, ainda não existem feromônios conhecidos para atrair a espécie.
Por isso, os autores da pesquisa optaram por comparar oito métodos de coleta ativa em campo. O objetivo foi identificar a técnica mais prática, rápida e eficaz, especialmente para capturar machos adultos, fundamentais para a identificação morfológica da espécie.
Os testes ocorreram em duas áreas no condado de Miami-Dade, Flórida: uma plantação de quiabo com infestação severa e uma lavoura de berinjela com baixa presença do inseto.
As técnicas avaliadas foram:
Cada método foi aplicado por trabalhadores em seções distintas do campo. Os insetos coletados foram levados ao laboratório, onde foram contados e separados por estágio e sexo.
No campo de quiabo com alta infestação, o método da bandeja com álcool isopropílico capturou o maior número de machos. Também foi o mais rápido, com menor tempo por planta amostrada. A técnica apresentou eficiência superior mesmo quando comparada a métodos consagrados como a aspiração e a rede de varredura.
Na lavoura de berinjela com baixa infestação, apenas três métodos conseguiram capturar insetos: bandeja com álcool, ensaque e bandeja seca. Novamente, somente a bandeja com álcool permitiu a coleta de machos.
Além da eficácia na detecção, o uso do álcool imobiliza imediatamente os percevejos, facilitando o transporte dos espécimes ao laboratório. O álcool também preserva os insetos, o que é essencial tanto para identificação morfológica quanto para testes genéticos, caso necessários.
Outro ponto positivo é que o método se mostrou consistente entre trabalhadores com diferentes níveis de experiência. Todos conseguiram executar a técnica com sucesso, sem necessidade de treinamento específico.
A técnica da aspiração manual também apresentou bons resultados, especialmente na coleta de adultos. No entanto, o uso do sugador manual pode expor o trabalhador a pesticidas, o que desaconselha sua aplicação em áreas comerciais sem informações sobre pulverizações recentes.
Já o ensaque mostrou-se eficiente, mas demanda mais tempo e pode danificar as plantas. Sua aplicação em grandes áreas também é limitada pela logística.
A varredura com rede, tradicionalmente utilizada na entomologia agrícola, teve baixa eficácia. As redes enroscavam nas plantas, especialmente em condições de vento, reduzindo a eficiência da coleta.
Outras informações em doi.org/10.3390/insects16121226
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