Descoberto gene que envia ferro a tecidos jovens do arroz

Pesquisadores da China e do Japão identificaram um gene-chave para a distribuição eficiente de ferro em plantas de arroz. O gene, batizado de OsIET1, codifica uma proteína localizada na membrana plasmática, responsável por exportar ferro do tipo Fe2+ para os tecidos em desenvolvimento.

O OsIET1 atua nas regiões do xilema dos feixes vasculares difusos (DVB) dos nós da planta. Esses nós funcionam como centros logísticos, redirecionando nutrientes entre os feixes vasculares principais que ligam raízes e folhas. Quando o OsIET1 é desativado, a planta acumula ferro nos nós e em folhas velhas, mas falha em entregar o nutriente às folhas jovens e aos grãos.

Essa má distribuição gera sintomas de deficiência de ferro, como clorose em folhas novas, mesmo quando o teor total de ferro na planta permanece elevado. Além disso, plantas mutantes apresentam menor altura, menos perfilhos e redução de até 48% na produtividade de grãos.

Experimentos com mutantes

Experimentos com mutantes criados por CRISPR/Cas9 confirmaram o papel do gene. Mesmo com raízes absorvendo ferro normalmente, plantas sem OsIET1 apresentaram menor acúmulo do nutriente em tecidos jovens. Testes com ferro radioativo 57Fe reforçaram que o gene promove a transferência preferencial para folhas em crescimento.

Diferente de outros genes da mesma família (VTL), o OsIET1 não se localiza no vacúolo, mas na membrana da célula, facilitando a liberação do ferro para o xilema dos DVB. Sua expressão aumenta com o fornecimento de ferro, o que ajuda a manter o equilíbrio interno do nutriente em condições de abundância.

Função complementar

A função do OsIET1 complementa a de outros genes conhecidos, como OsOPT7, responsável por descarregar o ferro do xilema dos feixes vasculares aumentados (EVB). Já o OsIET1 executa a etapa final: recarrega o ferro no xilema dos DVB, garantindo que tecidos de baixo índice de transpiração, como folhas novas e panículas, recebam o ferro necessário para crescer.

Outras informações em doi.org/10.1038/s41467-025-64863-4