PHC amplia presença no Brasil com soluções biológicas aplicadas à semente
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O Brasil e a China intensificam sua parceria estratégica para enfrentar o desafio de alimentar populações crescentes com sustentabilidade. Representantes dos dois países reforçaram o papel do agronegócio brasileiro como fornecedor essencial para a segurança alimentar chinesa.
Principal destino das exportações agrícolas brasileiras, a China importou cerca de US$ 2,59 trilhões em 2024. A soja lidera a lista, representando mais de 60% das importações chinesas do setor. Milho e carne bovina também integram esse fluxo comercial em expansão. Projeções indicam que, até 2030, a população chinesa ultrapassará 1,4 bilhão de pessoas, aumentando ainda mais a demanda externa por alimentos.
Segundo Francila Calica, líder de relações institucionais, ciência e sustentabilidade da Bayer para a América Latina, a demanda chinesa tem impulsionado a transformação do campo brasileiro. A executiva defende o uso intensivo de biotecnologia e práticas agrícolas modernas para garantir sustentabilidade e produtividade. Ela destaca a capacidade do Brasil de colher até três safras por ano na mesma área, mesmo sob forte pressão de pragas e doenças tropicais.
A Bayer lidera esse movimento com investimentos globais superiores a € 2,6 bilhões em pesquisa e desenvolvimento em 2024. As inovações abrangem sementes, biotecnologias, proteção de cultivos e soluções digitais, muitas com aplicação direta na agricultura brasileira.
Entre os avanços mais recentes, estão as novas gerações da plataforma Intacta, voltadas para a cultura da soja. As tecnologias ampliam a proteção contra lagartas e flexibilizam o manejo de plantas daninhas. A terceira geração já se encontra pronta para lançamento. A quarta segue em testes nas estações experimentais da empresa no Brasil.
Para o milho, a empresa destaca a evolução da plataforma VTPRO4, lançada em 2021, que oferece proteção ampliada contra pragas aéreas e subterrâneas. A quinta geração, em desenvolvimento, adicionará novos modos de ação contra a lagarta-do-cartucho, praga capaz de comprometer até 60% da produção.
A Bayer também investe na plataforma Preceon Smart Corn System, com híbridos de milho de menor porte. A proposta busca reduzir o risco de acamamento e facilitar o manejo. O sistema será integrado a recomendações de plantio e uso de insumos, visando elevar a produtividade.
No algodão, o Brasil alcançou o topo do ranking mundial de exportações. A empresa lançou a plataforma Bollgard 3 XtendFlex, com tolerância a dicamba e glufosinato de amônio, e já desenvolve sua próxima geração.
Segundo a consultoria Agroconsult, a adoção da biotecnologia resultou em um incremento de 21,2 milhões de toneladas na produção brasileira de grãos na última década. Além disso, gerou R$ 295,7 bilhões em valor econômico e reduções significativas no uso de água, pesticidas e nas emissões de carbono.
Geraldo Berger, vice-presidente de assuntos regulatórios da Bayer na América Latina, aponta o ambiente tropical como um desafio adicional. Mais ciclos de pragas e doenças exigem soluções eficazes e manejo adequado. Ele defende sistemas regulatórios ágeis e alinhados entre Brasil e China para acelerar a liberação de novas tecnologias.
Hoje, a liberação de eventos biotecnológicos no Brasil depende da aprovação de países importadores, principalmente da China, que leva em média cinco anos após o aval brasileiro. Isso atrasa o acesso dos agricultores a inovações como as novas biotecnologias de soja MON 94637 (SIP3) e MON 94313 (HT4), e o milho MON 95379 (LEP4).
Berger defende cooperação técnica e diálogo entre autoridades regulatórias e cientistas dos dois países. O objetivo: sincronizar aprovações e garantir que o produtor rural brasileiro receba tecnologias de ponta no tempo certo, fortalecendo a segurança alimentar global.
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