Pesquisa analisa eficácia de fungicidas contra oídio do trigo

Estudo da Rede de Ensaios Cooperativos revela desempenho de pesticidas em cultivares no Sul do Brasil

14.05.2025 | 14:20 (UTC -3)
Revista Cultivar
Foto: Daniel Debona
Foto: Daniel Debona

Oídio do trigo avança rapidamente após a emergência das plantas. Com ciclos curtos e múltiplos, o fungo Blumeria graminis f. sp. tritici pode comprometer até 62% da produtividade. Diante dessa ameaça constante, o manejo químico torna-se essencial. Na safra 2024/25, a Rede de Ensaios Cooperativos do Trigo testou sete tratamentos fungicidas em 11 localidades do Sul do Brasil. Os resultados indicam que todos os produtos testados apresentaram eficácia, embora em níveis diversos.

Os tratamentos mais eficientes continham tetraconazol isolado, e a mistura de tetraconazol, azoxistrobina, tebuconazol e clorotalonil. Ambos reduziram significativamente a severidade da doença.

A doença apareceu em todos os ensaios. A severidade média registrada foi de 38%, com pico de 93,8% no município de Coxilha (RS). As áreas de maior pressão também apresentaram os maiores valores acumulados de severidade ao longo do tempo, medidos pela área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Em Coxilha, a AACPD alcançou 280. Em contraste, Cruz Alta (RS) registrou o menor valor: 22,7.

O controle químico reduziu a severidade média de 33,9% (testemunha sem fungicida) para 4,3% no caso de um dos tratamentos, que obteve 87,3% de eficiência.

Média e intervalo de confiança para severidade de oídio em trigo e eficiência de controle -&nbsp;<b>(1) </b>Médias que não compartilham nenhuma letra em comum são significativamente diferentes segundo teste de Tukey a 5% de significância. Os dados foram transformados para raiz quadrada previamente à análise. - <b>(2)</b> Limites do intervalo de confiança (IC) a 95% de probabilidade. - <b>(3)</b> Redução em porcentagem do valor da variável no tratamento com fungicida em relação ao tratamento sem aplicação de fungicida (controle negativo). - <b>(4)</b> Produto com Registro Especial Temporário - RET para experimentação no período de realização dos ensaios
Média e intervalo de confiança para severidade de oídio em trigo e eficiência de controle - (1) Médias que não compartilham nenhuma letra em comum são significativamente diferentes segundo teste de Tukey a 5% de significância. Os dados foram transformados para raiz quadrada previamente à análise. - (2) Limites do intervalo de confiança (IC) a 95% de probabilidade. - (3) Redução em porcentagem do valor da variável no tratamento com fungicida em relação ao tratamento sem aplicação de fungicida (controle negativo). - (4) Produto com Registro Especial Temporário - RET para experimentação no período de realização dos ensaios

Os experimentos incluíram cultivares com diferentes níveis de resistência. Mesmo variedades moderadamente resistentes foram severamente afetadas em regiões com alta incidência da doença. Esse fenômeno levanta hipóteses sobre a emergência de novas raças do patógeno ou falhas na classificação de resistência das cultivares. Essas variações reforçam a necessidade de ajustes constantes nas recomendações técnicas.

A metodologia adotada foi rigorosa. Os ensaios seguiram delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições e área mínima de 11 m² por parcela. As aplicações ocorreram em dois momentos: no perfilhamento ou ao surgirem os primeiros sintomas (até 5% de severidade) e 14 dias depois. A pulverização foi feita com precisão e volume de 150 L/ha.

A análise estatística utilizou modelos lineares mistos, considerando efeitos fixos dos tratamentos e variáveis aleatórias relacionadas aos locais e cultivares. Os dados passaram por transformação para atender às premissas estatísticas. As comparações seguiram o teste de Tukey com 5% de significância.

Apesar do bom desempenho dos fungicidas, o estudo alerta: a alternância de ingredientes ativos com diferentes mecanismos de ação é essencial. O uso repetido de um mesmo princípio favorece o surgimento de variantes resistentes. A recomendação segue diretrizes do Comitê de Ação à Resistência a Fungicidas (FRAC-BR).

Médias, intervalo de confiança e diferença relativa para rendimento de grãos de trigo, estimados para diferentes tratamentos fungicidas. - <b>(1)</b> Médias que não compartilham nenhuma letra em comum são significativamente diferentes segundo teste de Tukey a 5% de significância. Limites (inferior e superior) do intervalo de confiança a 95% de probabilidade. - <b>(2)</b> Limites do intervalo de confiança (IC) a 95% de probabilidade. - <b>(3)</b> Diferença média entre o valor da variável no tratamento com fungicida em relação ao tratamento sem aplicação de fungicida (controle negativo).- <b>(4) </b>Produto com Registro Especial Temporário - RET para experimentação no período de realização dos ensaios.
Médias, intervalo de confiança e diferença relativa para rendimento de grãos de trigo, estimados para diferentes tratamentos fungicidas. - (1) Médias que não compartilham nenhuma letra em comum são significativamente diferentes segundo teste de Tukey a 5% de significância. Limites (inferior e superior) do intervalo de confiança a 95% de probabilidade. - (2) Limites do intervalo de confiança (IC) a 95% de probabilidade. - (3) Diferença média entre o valor da variável no tratamento com fungicida em relação ao tratamento sem aplicação de fungicida (controle negativo).- (4) Produto com Registro Especial Temporário - RET para experimentação no período de realização dos ensaios.

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