Hora de monitorar doenças em soja
A ferrugem-asiática depende muito da umidade na folha para sua infecção
A aquisição da Plant Health Care (PHC) pela multinacional PI Industries abre caminho para uma expansão sem precedentes no Brasil. A empresa aposta em tecnologias inovadoras como a Proteína Harpin (H2copla e Hplant), Saori, Moshy e Teikko para transformar o setor agrícola. O objetivo ambicioso: alcançar 100% do território nacional até o final de 2025.
Rodrigo de Miranda, diretor de negócios da América do Sul, destaca que a aquisição pela PI Industries representou mudança estrutural significativa para a empresa.
Antes restrita em recursos e alcance, a PHC agora dispõe de apoio financeiro e estratégico para promover tecnologias pioneiras, como bioestimulantes, fungicidas e nematicidas baseados em peptídeos derivados de bactérias fitopatogênicas.
A tecnologia da PHC é comparada a uma "vacina para plantas", uma tecnologia disruptiva que encontra ampla receptividade no mercado atual, graças à maior aceitação de soluções biológicas. Com o suporte da PI, a meta é clara: levar estas tecnologias inovadores a todas as regiões do Brasil e desenvolver novas plataformas tecnológicas para outras culturas e desafios agrícolas.
A transição com a PI está sendo conduzida com cautela, mas mirando um crescimento acelerado. A PHC prioriza uma estrutura de distribuição robusta, adaptada às especificidades de cada região.
“Queremos pessoas com conhecimento local profundo”, afirma Miranda, destacando a importância de relações de longo prazo.
A estratégia da PI, que combina químicos e biológicos tradicionais com bioquímicos inovadores, reforça o portfólio da PHC, com possibilidades de introduzir produtos que já são sucesso na Índia.
A meta é consolidar a presença nacional, mesmo diante dos desafios do mercado, como os baixos preços de commodities e estoques elevados no campo.
O crescimento da PHC no Brasil é projetado para ser exponencial, com previsão de aumento de mais de 1.000% nos próximos cinco anos. Rodrigo ressalta que o plano é duplicar a receita até o final de 2025.
Além disso, o foco permanece na rentabilidade e sustentabilidade do negócio, alinhado ao compromisso com o longo prazo.
Esse crescimento será sustentado por investimentos em pesquisa e desenvolvimento, como o lançamento de novas tecnologias e a expansão do portfólio. “Estamos preparados para pagar o preço inicial para estruturar um crescimento sólido e lucrativo visando o futuro”, afirma.
A PHC não vê concorrentes diretos em seu segmento de peptídeos, que se destacam por sua eficácia e capacidade de complementar produtos químicos. Soluções como o SAORI, para controle de doenças em soja, e o TEIKKO, que combina eficiência em nematicidas com resiliência biológica, são exemplos de inovação apontados por Rodrigo.
Esses produtos visam resolver problemas crônicos, como o aumento no número de aplicações de fungicidas, oferecendo alternativas mais sustentáveis e econômicas para o agricultor. Além disso, o TEIKKO, aplicável em culturas como cana-de-açúcar e café, promete revolucionar práticas de controle de nematoides.
Atualmente, a PHC concentra suas operações em cinco culturas principais: soja, milho, algodão, café e cana-de-açúcar. No entanto, planos estão em andamento para expandir para outras culturas nos próximos dois a três anos, com o desenvolvimento de registros e estudos de viabilidade.
Rodrigo enxerga a entrada de novas empresas no mercado de peptídeos como algo positivo. “Mais empresas falando de peptídeos ajudam a educar o mercado”, comenta.
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