Agrária é destaque no Selo Clima Paraná
Desde 2007, a cooperativa já registrou uma redução de 75% na emissão de gases em suas unidades industriais
Com o início da safra de soja, recomendação aos produtores: manejo preventivo e informado é a chave para evitar perdas causadas por doenças como a ferrugem-asiática.
O fitopatologista Marcelo Gripa Madalosso ensina que monitorar a propriedade envolve estratégias específicas para diferentes tipos de doenças, considerando riscos regionais e condições climáticas.
As doenças que afetam a soja podem ser divididas em dois grandes grupos: necrotróficas e biotróficas.
As necrotróficas, como as causadas por fungos que permanecem no solo ou em resíduos culturais, tendem a se agravar em sistemas de monocultura devido ao acúmulo de inóculo no ambiente.
Já as biotróficas, como a ferrugem-asiática e o oídio, são transportadas pelo ar e dependem de condições climáticas específicas para se disseminarem.
“É fundamental o produtor saber diferenciar esses grupos e adaptar suas práticas a partir disso. O manejo de cultivares tolerantes, o acompanhamento das condições climáticas e o consumo de informações confiáveis são pontos essenciais para minimizar riscos e maximizar os resultados da safra”, explica Madalosso.
Ferramentas como coletores de esporos são úteis para identificar a movimentação dos patógenos no ar, mas não devem ser usadas como gatilho único para aplicações de fungicidas.
“O erro está em esperar que o coletor de esporos sinalize a presença de patógenos para só então iniciar o controle. Isso pode levar ao atraso das aplicações, especialmente em situações favoráveis à ferrugem”, ensina o especialista.
Os maiores erros cometidos por produtores no controle de doenças de soja incluem:
A ferrugem-asiática dependente muito da umidade na folha para sua infecção. Condições de orvalho, garoa ou chuvas leves criam o ambiente ideal para sua proliferação.
O monitoramento climático deve estar alinhado ao planejamento do manejo para evitar surpresas desagradáveis.
Além disso, falhas no equipamento e nas condições de aplicação comprometem os resultados.
“Quanto mais tarde o produtor iniciar o manejo, mais avançada estará a doença e menos efetivo será o controle químico”, ressalta Madalosso.
Para obter bom controle de doenças, especialmente a ferrugem-asiática, Madalosso recomenda:
Outro desafio destacado por Madalosso é a perda gradual de eficácia dos fungicidas disponíveis.
Muito ocorre em razão de uso inadequado de produtos, de falta de rotação entre grupos químicos.
“Não temos expectativa de novos grupos químicos antes de 2027 ou 2028. Isso significa que o manejo químico atual precisa ser mais bem planejado, com aplicação preventiva e intervalos curtos. Precisamos manter a eficácia dos produtos”, alerta.
Representantes da indústria concordam. Eles explicam que muitos esforços humanos e recursos financeiros são usados no desenvolvimento de produtos. Mas existe um tempo mínimo para concluir o processo.
"Em 2022, lançamos globalmente a molécula Revysol (mefentrifluconazol) para controlar doenças em soja, milho, algodão e outros. Ainda nesta década, planejamos lançar um novo grupo químico disruptivo, especialmente desenvolvido para o sojicultor brasileiro. Está em nosso DNA investir tempo, recursos e criar moléculas novas. Todavia, há necessidade de o produtor adotar as medidas necessárias para manter a efetividade dos produtos disponíveis", explica Graciela Mognol, diretora de marketing da BASF Soluções para Agricultura no Brasil.
"A busca por novos grupos químicos de fungicidas é um desafio contínuo no setor agrícola. Diante do atual desafio no manejo das doenças, todas as ferramentas são importantes, bem como a integração de químicos e biológicos. Um exemplo do nosso compromisso com a inovação é o Onsuva. É fundamental que o agricultor use produtos conforme a recomendação, rotacionado grupos químicos e ativos dentro do mesmo grupo químico", diz Fábio Lemos, gerente de culturas e portfólio da FMC.
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