Método facilita diferenciar "Chrysodeixis includens" de "Rachiplusia nu"

A pesquisa baseou-se em variações no gene mitocondrial citocromo c oxidase I (COI)

07.12.2024 | 05:24 (UTC -3)
Revista Cultivar
Fotos: Alberto Luiz Marsaro Júnior e AgBiTech
Fotos: Alberto Luiz Marsaro Júnior e AgBiTech

Pesquisadores desenvolveram técnica para identificar rapidamente duas pragas comuns na América do Sul, Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu. O método utiliza a reação em cadeia da polimerase (PCR) e permite a distinção entre as espécies por meio de perfis genéticos específicos.

O estudo liderado por cientistas da Corteva Agriscience, no Brasil e nos Estados Unidos, focou na identificação molecular dessas pragas, que são morfologicamente semelhantes em estágio larval. Isso dificulta o reconhecimento no campo e, consequentemente, a adoção de estratégias de controle apropriadas.

A pesquisa baseou-se em variações no gene mitocondrial citocromo c oxidase I (COI), criando iniciadores específicos que identificam cada espécie por tamanhos distintos de amplicons de DNA.

Impacto econômico e ambiental

Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu causam danos significativos em culturas como soja, girassol, algodão e tomate. A defoliação severa pode resultar em perdas de até 80% da produção.

Apesar de Rachiplusia nu ser historicamente considerada uma praga secundária no Brasil, sua presença crescente em plantações de soja transgênica (Bt) indica mudanças no comportamento populacional e na resistência a inseticidas.

O método molecular desenvolvido elimina a necessidade de criar lagartas até a fase adulta para identificação, técnica anteriormente usada e que demandava tempo e recursos. Além disso, o PCR pode ser realizado em laboratórios padrão, ampliando o acesso à ferramenta.

Testes de campo e validação

Os pesquisadores validaram a técnica com amostras coletadas em campos de soja não transgênica no interior de São Paulo.

Dos 19 indivíduos analisados, 16 pertenciam à espécie Rachiplusia nu e três à Chrysodeixis includens, evidenciando a coocorrência de ambas as espécies na área estudada.

De acordo com os cientistas, os testes comprovaram que o método é preciso, rápido e confiável, permitindo decisões mais ágeis no controle de infestações. A diferenciação é crítica, pois cada espécie apresenta suscetibilidades distintas a inseticidas e culturas Bt, exigindo estratégias específicas de manejo.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.3390/insects15120969

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