Mudanças climáticas impactam arroz na Ásia Oriental

A qualidade estaria sendo prejudicada pelo aumento das temperaturas noturnas

07.12.2024 | 01:51 (UTC -3)
Revista Cultivar

Estudo recente revela preocupação crescente para os agricultores e consumidores da Ásia Oriental: a qualidade do arroz. Ela estaria sendo prejudicada pelo aumento das temperaturas noturnas decorrente das mudanças climáticas.

Conduzido por pesquisadores da Universidade Normal de Shaanxi e do Laboratório de Ciências do Clima e do Meio Ambiente (França), o estudo analisou mais de 35 anos de dados sobre a qualidade do arroz na China e no Japão.

Os resultados indicam que temperaturas noturnas acima de 18°C na China e 12°C no Japão reduzem significativamente a qualidade do arroz, medida por indicadores como a taxa de grãos inteiros (HRR).

Na China, a qualidade do arroz apresentou um declínio consistente desde os anos 1980, enquanto no Japão a queda foi mais acentuada entre 1996 e 2010.

A projeção é ainda mais preocupante: sob cenários de emissões moderadas a altas, a qualidade do arroz continuará a diminuir até 2100, com a China enfrentando impactos mais severos.

Por que a temperatura noturna é crucial?

O estudo destaca que o aumento das temperaturas noturnas interfere no processo de enchimento dos grãos, reduzindo a transparência dos grãos e aumentando a taxa de grãos calcários. Esse fenômeno compromete não apenas o valor comercial do arroz, mas também suas propriedades culinárias e nutricionais.

No Japão, onde predomina o cultivo de grãos curtos, a redução da qualidade se reflete diretamente em uma menor proporção de grãos classificados como de primeira qualidade. Na China, as regiões do sul, como Guangdong e Hainan, já enfrentam maior vulnerabilidade devido às condições climáticas mais quentes.

Adaptação: uma necessidade urgente

Para mitigar os impactos, os autores sugerem investimentos em programas de melhoramento genético para desenvolver cultivares mais tolerantes ao calor. Além disso, estratégias de manejo agrícola, como a adaptação do calendário de plantio, podem ajudar a minimizar os danos.

Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1029/2024GL110557

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