Desde a safra 2009/10 lavouras de soja tem manifestado sintomas como enrugamento do limbo foliar, engrossamento de nervuras, enegrecimento das folhas, abortamento de flores e vagens, má formação de grãos e superbrotamento. Entre as hipóteses para explicar essa anomalia está a provável deficiência de potássio
18.07.2022 | 14:26 (UTC -3)
Desde a safra 2009/10 lavouras de soja tem manifestado sintomas como
enrugamento do limbo foliar, engrossamento de nervuras, enegrecimento das
folhas, abortamento de flores e vagens, má formação de grãos e superbrotamento.
Entre as hipóteses para explicar essa anomalia está a provável deficiência de
potássio.
A recomendação de adubação da cultura da soja relaciona-se com a
melhoria do perfil do solo, de modo que o uso de corretivos e fertilizantes
resulte na correção dos atributos químicos, o que possibilita incremento
gradual da oferta dos nutrientes no solo, bem como a manutenção do equilíbrio
nutricional.
A exigência nutricional em nitrogênio, fósforo e potássio, apresenta
extração em torno de 80 kg N; 16 kg P2O5, 38 kg K2O
por tonelada de grãos. Por conta de o nitrogênio ser fornecido completamente
pela fixação simbiótica, o potássio acaba se tornando o nutriente mais requerido
pela cultura durante seu ciclo. A forma e época de aplicação e a quantidade de
potássio fornecida para a cultura se torna de suma importância para seu bom
desenvolvimento e produção.
Desde a safra 2009/10 vem se observando nas lavouras de soja alguns casos
em que a cultura manifesta sintomas como enrugamento do limbo foliar,
engrossamento de nervuras, enegrecimento das folhas, abortamento de flores e
vagens, má formação de grãos, superbrotamento e abertura de vagens, ocasionadas
por origem ainda desconhecida, sendo denominada como “Anomalia”.
Pelos estudos realizados até então, em propriedades da região, foi
constatado que esta “Anomalia” apresenta correlação positiva com a deficiência
de potássio (K), acarretando também em sintomas de requeima dos bordos das
folhas mais velhas e no comprometimento do enchimento de grãos, principalmente
nas vagens do terço superior da planta, sintoma típico de deficiência deste
nutriente.
Na Figura 1 estão apresentados os resultados dos teores de K no solo e
folha, de amostras coletadas em duas propriedades na região dos Chapadões, recolhidas
no centro de reboleiras que apresentavam os sintomas e ao redor das reboleiras,
em plantas tidas como normais.
Nas Tabelas 1 e 2 estão apresentados os resultados das análises de solo
dentro e fora das manchas na Propriedade 1 e Propriedade 2, na região dos
Chapadões.
Ainda não se sabe ao certo o verdadeiro agente causal desses sintomas da
“Anomalia” presente na cultura da soja. No entanto, verifica-se correlação positiva
com a deficiência de potássio. Sua ocorrência apresenta variabilidade
genotípica.
Vale ressaltar a importância do suprimento com fonte de potássio para a
cultura em níveis que proporcionem teores adequados de potássio no solo (Solo
argiloso (> 30% de argila) K > 100
mg dm-3), (Solo arenoso (< 30% de argila) K > 60 mg dm-3)
para obter um bom desenvolvimento da cultura da soja e consequentemente
produtividades acima dos patamares almejados.
A Soja (box)
Por sua importância no agronegócio,
em área e dispersão geográfica, a cultura da soja ocupa posição de destaque
entre as demais culturas. O Brasil possui a maior área cultivada sob condições
tropicais e subtropicais. A cultura está sujeita a diferentes variabilidades de
solo em função do material de origem e das condições climáticas, que por sua
vez levam ao maior ou menor grau de intemperismo ao longo de sua formação. Isso
exige diferentes cuidados de manejo, para garantir a oferta de todos nutrientes
necessários ao desenvolvimento da cultura.
Artigo publicado na edição 226 da Cultivar Grandes Culturas, mês março, ano 2018.
Compartilhar
Newsletter Cultivar
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Newsletter Cultivar
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura