Controle químico de plantas daninhas na cultura do milho

Por Donizeti Aparecido Fornarolli, da Fornarolli Ciência Agrícola

05.01.2024 | 15:36 (UTC -3)

Com uma safra mundial (2019/2020) estimada em 1,0 bilhão de toneladas, o milho é uma das culturas mais importantes do mundo. Sua produção no Brasil quase que dobrou na última década, assegurando a colocação do país como terceiro maior produtor desse grão no mundo.

O milho é a segunda maior cultura de importância na produção agrícola no Brasil, sendo superado apenas pela soja que lidera a produção de grãos no País. No Brasil o milho é caracterizado por ser cultivado o ano todo, de acordo com o zoneamento climático, onde para a safra 2019/2020, com uma produção de 100,0 milhões de toneladas, em uma área anual de 17,0 milhões de ha, onde 12,0 milhões refere-se ao milho segunda safra e 5,0 milhões ao milho primeira safra. 

O milho está na história do Brasil desde os primórdios do descobrimento, sendo cultivado por tribos indígenas das regiões Centro-Oeste, e possui tradição na culinária brasileira com pratos como a pamonha, o curau, o mingau e a pipoca, dentre outros. 

No início de seu cultivo, o milho era utilizado basicamente para a subsistência humana. Com o decorrer do tempo foi ganhando importância e transformou-se no principal insumo para a produção de aves e suínos, além de sua importância estratégica para a segurança alimentar do brasileiro ao longo das últimas décadas.

O Brasil já é o segundo maior exportador mundial de milho, superado apenas pelos Estados Unidos. O produto é reconhecido por sua boa qualidade e por garantir o abastecimento em vários países exatamente no período da entressafra dos EUA. Os principais países importadores do milho aqui produzido são o Vietnã, Irá, Coréia do Sul, Japão, Taiwan, Egito e Malásia.

Contudo, quando inicia o cultivo do milho, necessário estar atento a todas as variáveis desde o manejo do solo, nutrição, pragas e doenças de solo e parte aérea e também por demais importante o manejo das plantas daninhas.

Neste quesito, uma cultura que é cultivada o ano todo em todo o território nacional, sofre com uma imensa diversidade de espécies dessas plantas.

Toda cultura tem por uma questão de melhor administrar o manejo das comunidades infestantes o denominado período crítico de competição, o qual refere-se ao período em que a cultura não pode conviver com a presença de plantas daninhas, em geral inicia aos 10 a 15 dias da emergência. 

Mas, o grau de interferência entre cultivo e infestantes, depende da comunidade infestante, da densidade populacional e da distribuição no terreno, depende da interação da competitividade entre cultura e espécies, onde sempre a cultura sofre mais a competição, também depende da distribuição espacial da cultura e da densidade de semeadura, depende também do solo e clima, do momento e do tempo da presença das espécies junto a cultura.

Dessa forma, devemos sempre realizar um diagnóstico sobre quais são as espécies presentes e ainda considerar histórico anteriores e qual cultura foi cultivada se geneticamente modificada ao glifosato ou para outros eventos herbicidas, sendo assim comumente conhecido como levantamento das espécies na área.

Mas, fato certo é que, sempre a cultura estará convivendo com as espécies das classes botânicas monocotiledôneas ou liliopsidas (folhas estreitas) e dicotiledôneas ou magnoliopsidas (folhas largas) de ciclos anuais, bianuais e perenes as quais constituem a comunidade infestante, onde temos uma grande diversidade de espécies, podendo chegar em mais de 100 tipos, as quais estão distribuídas nas mais diferentes regiões do país.

Assim, buscou-se seguir uma expectativa de diferentes cenários e para cada cenário mostrar sugestões práticas de manejo, mais referente ao controle químico, quando os cenários mostram a necessidade de intervenções com herbicidas, onde muito importante entender que herbicidas são substâncias químicas que necessitam entrar em contato com as plantas, e serem absorvidos através das sementes, ou raízes ou nas folhas, e de acordo com a suscetibilidade do alvo, da dose aplicada, das condições edafo-climáticas, promovem a morte das espécies ou comunidades infestantes.

É muito importante também lembrar que cultivos que antecedem ao milho tenham sido cereais de inverno ou plantas específicas para cobertura, a exemplo do nabo forrageiro, onde ocorre as interações da presença dessas vegetações sobre a dinâmica populacional das plantas daninhas.  

Da classe botânica das monocotiledôneas, as espécies mais comuns de forma geral pertencente à família das gramíneas são as anuais Urochloa plantaginea, Digitaria horizontalis, Digitaria nuda, Cenchrus echinatus, Sorghum arundinaceum, Eleusine indica, Rynchelitrum repens, Echinochoa spp., ou outras específicas por regiões.

Das gramíneas perenes destacam a Digitaria insularis e as forrageiras Urochloa decumbens, Urochloa ruziziensis, Urochloa brizanta, Panicum maximum ou outras especificas por regiões.

Da classe botânica das dicotiledôneas temos uma grande diversidade de diferentes famílias, onde estão as espécies Bidens pilosa, Euphorbia heterophylla, Amaranthus spp, Ipomea spp, Conyza spp, Emilia forbeji, Sonchus oleraceus, Raphanus raphanistrum, Acanthospermum spp, Hyptis spp, Nicandra physaloides, Physalis angulata, Solanum spp, Spermacoce spp, Richardia brasiliensis, Portulaca oleracea, Tridax procubens, Senna obtusifolia e tantas outras mais de acordo com as regiões.

Outras espécies tais quais a Commelina benghalensis, a qual é uma monocotiledônea perene, mas da família das comelináceas. As espécies dicotiledônea perenes tais quais Anternanthera tenella, Sida spp, Spermacoce verticilatta,  as bianuais tais quais Sida urens, Leonorus sibiricu, e tantas outras mais.

Mediante o exposto e mostrado quão grande é a diversidade das espécies, torna-se necessário o uso no mínimo de dois tipos de herbicidas, no quesito espectro de ação, podendo chegar ao uso em até cinco ativos desde o momento que antecede a semeadura, logo após a semeadura e em após a emergência da cultura. Também é importante enfatizar que sempre utilizar herbicidas com mecanismos de ação diferentes entre si e dessa forma já constitui uma prática para retardar ou evitar a seleção de biótipos resistentes  a um ou mais  mecanismo de ação quando utilizados de forma muito frequente. 

Continuando sobre a resistência de plantas daninhas a herbicidas, destacam-se as espécies Digitaria insularis, Eleusine indica, Chlorys polydactyla, Lolium multiflorum, Conyza spp com maior frequência e disseminação, mas recentemente os relatos de resistências pontuais para as espécies Bidens pilosa, Amaranthus spp, Euphorbia heterophylla, para o herbicida glifosato. Há os relatos de biotipos de Bidens pilosa com resistência aos herbicidas nicosulfuron e atrazina.

Nesse quesito da resistência é muito importante o técnico estar buscando mais informações quanto aos ativos e espécies e também conhecer se a mesma é resistência simples (para um ativo independente do mecanismo) resistência múltipla (vários ativos com o mesmo mecanismo) e resistência múltipla (vários mecanismos).

Cenário 1

Quando em cenários que a semeadura do milho ocorre após a colheita do trigo ou outros cereais de inverno, após a colheita da soja, feijão ou outro tipo de cultivo, em terreno isento de plantas daninhas poderá ser aplicado herbicidas pré-emergentes, preferencialmente uso de 2 ativos com diferentes mecanismos de ação, e que possam contemplar o espectro das espécies. Poderá aguardar a emergência do milho e das espécies daninhas e de acordo com a composição florística, definir os herbicidas e doses, podendo ocorrer a aplicação dos ativos na mistura em tanque, os quais estarão descritos no texto posteriormente.

Quando em cenários que ocorre após a colheita da soja, feijão ou outros cultivos, e o milho é semeado mais tardiamente e há a presença folhas estreitas e folhas largas, poderá ser aplicados herbicidas sistêmicos, com ativos que contemplam o efeito para toda a comunidade infestante, os quais estarão descritos seguidamente com suas características. 

Caso tenha a presença de capim amargoso resistente ao glifosato, com rebrotes em torno de 10 a 20 cm, poderá ser aplicado o glufosinato antes da semeadura e após a semeadura poderá ser aplicado herbicidas pré-emergentes, preferencialmente uso de 2 ativos com diferentes mecanismos de ação, e que possam contemplar o espectro das espécies presentes ou porventura outras espécies. O glufosinato poderá ser aplicado associado a herbicidas pré-emergentes. 

Poderá também ser utilizado o herbicida cletodym isolado ou associado a outros ativos, mas aguardar para realizar a semeadura em torno de 7 dias da aplicação do cletodym para total segurança.

Poderá aguardar a emergência do milho e das espécies daninhas e de acordo com a composição florística, definir os herbicidas e doses, podendo ocorrer a aplicação dos ativos na mistura em tanque, os quais estarão descritos no texto posteriormente.

Descrição dos herbicidas mais utilizados na cultura do milho

Herbicidas para aplicação de manejo antes da semeadura.

Glyphosate: Herbicida altamente translocável (Sistêmico), com o mecanismo de ação através da inibição da enzima EPSPs (Enol Piruvil Shiquimato Fosfato sintase, inibindo a síntese dos aminoácidos Triptofano, Valina e Fenilalanina. Absorção muito lenta. Herbicida com imenso espectro de ação para as folhas estreitas e largas, anuais e perenes, com alta flexibilidade de doses quanto aos estádios das espécies.

Muito utilizado nas modalidades em aplicações pré-semeadura, podendo associar outros herbicidas com diferentes mecanismos utilizados na cultura do milho, mas que possuam ação para as espécies que o glifosato não promova controle adequado, ou em áreas que estão com a presença de biótipos resistente tanto para as espécies mono e dicotiledôneas.

Podem ser misturados com herbicidas à base de glifosato, glufosinato, auxínicos, Inibidores de ACCase, Inibidores de Protox, Inibidores do Fotossistema II, ou ainda com herbicidas com ação em pré-emergência, no sistema aplique e plante ou plante e aplique, desde que a cobertura vegetal existente permite a chegada dos pré-emergentes no solo.   

Glufosinato: Herbicida não translocável (Contato), com o mecanismo de ação através da inibição da enzima S-Glutamina, a qual regula a produção de amônia nas células. Absorção lenta. Herbicida com imenso espectro de ação para as folhas estreitas e largas, anuais e perenes, com boa flexibilidade de doses, mas requer muita atenção quanto aos estádios das espécies.

Muito utilizado nas modalidades em aplicações pré-semeadura, podendo associar outros herbicidas com diferentes mecanismos, utilizados para a cultura do milho, mas que possuam ação para as espécies que o glufosinato não promove controle adequado. Também indicado em aplicação sequencial, em áreas com presença de plantas, folhas estreitas e ou largas com resistência ao glifosato ou outros herbicidas, mas que receberam uma primeira aplicação, e se faz necessário a aplicação sequencial.

Podem ser misturados com herbicidas à base de glifosato, auxínicos, Inibidores de ACCase, Inibidores de Protox, Inibidores do Fotossistema II, ou ainda com herbicidas com ação em pré-emergência, no sistema aplique e plante ou plante e aplique, desde que a cobertura vegetal existente permite a chegada dos pré-emergentes no solo.   

Saflufenacil, Carfentrazone: Herbicidas não translocáveis, (Contato), tendo o mecanismo de ação a inibição da enzima PROTOX (Protoporfirinogenio oxidade) responsável pela produção dos pigmentos carotenóides. Absorção rápida. Possuem ação somente em pós-emergência para inúmeras plantas folhas largas. Utilizar somente na modalidade em dessecação antes da semeadura da cultura, ou após semeadura, mas antes da cultura emergir. Não possuem ação residual no solo. Necessário a adição de óleos minerais ou óleo metilado de soja ou outro tipo de adjuvante recomendado pelo fabricante. Muito importante quanto aos estádios das folhas largas, preferencialmente aplicar com plantas no máximo com 15 cm, ou em estádios maiores para algumas espécies mais específicas. Podem ser misturados com herbicidas à base de glifosato, glufosinato, auxínicos, Inibidores de ACCase, ou ainda com herbicidas com ação em pré-emergência, no sistema aplique e plante ou plante e aplique, desde que a cobertura vegetal existente permite a chegada dos pré-emergente no solo, ou em coberturas já dessecadas.

Flumioxazin: Herbicidas não translocável, (Contato), quando aplicado em pós-emergência e quando aplicado em pré-emergência é translocável (Sistêmico) Possui também o mecanismo de ação a inibição da enzima PROTOX. Absorção rápida.  Possui ação em pré e pós emergência para folhas largas e em pré-emergência para as espécies Digitaria insularis e Digitaria horizontalis. Utilizar somente na modalidade em dessecação antes da semeadura da cultura, ou após semeadura, mas antes da cultura emergir. Necessário a adição de óleos minerais ou óleo metilado de soja ou outro tipo de adjuvante recomendado pelo fabricante, quando aplicado em pós emergência. Muito importante quanto ao estádio das folhas largas, preferencialmente aplicar com plantas no máximo com 4 folhas ou em estádios maiores para algumas espécies mais específicas. Pode ser misturado com herbicidas à base de glifosato, glufosinato, auxínicos, Inibidores de ACCase, ou ainda com outros herbicidas com ação em pré-emergência, no sistema aplique e plante ou plante e aplique, desde que a cobertura vegetal existente permite a chegada dos pré-emergente no solo. 

Diquat Herbicida não translocável (Contato), atua inibindo o Fotossistema I, promovendo a destruição das membranas celulares. Possui ação somente em pós-emergência para inúmeras plantas folhas largas. Absorção rápida. Utilizar somente na modalidade em dessecação antes da semeadura da cultura, ou após semeadura, mas antes da cultura emergir. Necessário a adição de adjuvantes recomendados pelos fabricantes. Muito importante quanto aos estádios das folhas largas, preferencialmente aplicar com plantas no máximo com 15 cm. Podem ser misturados com herbicidas com ação em pré-emergência, no sistema aplique e plante ou plante e aplique, desde que a cobertura vegetal existente permite a chegada dos pré-emergente no solo.  Quando realizada aplicação com herbicidas Inibidores de ACCase em Digitaria insularis, e após 15 a 20 dias, aplicar o Diquat, mostrou sempre um efeito de dessecação muito efetivo por um período até 10 a 15 dias e com posterior rebrotes, mas fato esse normal, para esse tipo de manejo, mesmo comparado ao paraquat (Banido do mercado em Setembro de 2020). 

2,4-D, Triclopyr, Dicamba: São herbicidas altamente translocáveis (Sistêmicos), o mecanismo de ação está relacionado a imitadores de auxinas ou reguladores de crescimento. Absorção rápida. São específicos para o controle de folhas largas, possuem ação mais específica em pós-emergência das espécies. São mais indicados em aplicações para dessecação antes da semeadura da cultura. O efeito de injúrias é lento, podendo ser necessário de 15 a 30 dias para a morte completa. É necessário verificar o espectro das espécies presentes para cada ativo e estádio das mesmas. Podem ser aplicados na mistura em tanque com glifosato, glufosinato, saflufenacil, carfentrazone, flumioxazin, atrazina. Também promovem controles eficazes quando após 10 a 15 dias, utilizar em sequência o herbicida glifosato associado ao saflufenacil, carfentrazone, ou ainda o glufosinato e diquat.

Clethodym: Herbicida translocável (Sistêmicos), o mecanismo de ação está relacionado com a inibição da ACCase, responsável na formação dos lípideos das membranas celulares. Absorção rápida. Possui espectro de ação para folhas estreitas pertencentes à família das gramíneas. Utilizado para o uso no manejo das espécies gramíneas anuais e perenes, somente em pós-emergência, no sistema de semeadura direta ou quando presente os biótipos resistentes ao glifosato, tais quais a Digitaria insularis, Chlorys polydactyla, Eleusine indica, Lolium multiflorum. Se ocorrer a presença de espécies de folhas largas resistentes ao glifosato, poderá ser adicionado herbicidas auxínicos ou com outros mecanismos de ação. 

De acordo com os estádios das espécies presentes, em especial as gramíneas acima de 50 cm ou no florescimento, poderá ser necessário aplicação sequencial com herbicidas de contato, a exemplo Glufosinato ou Diquat e neste cenário ocorre aumento no controle das dicotiledôneas. Recomendo aguardar em torno de 7 dias para realizar a semeadura do milho.

(Cletodim+fluroxipyr): Herbicida translocável (Sistêmico), possuem 2 mecanismos ação, inibidor de ACCase e Imitador de Auxinas. Ambos os ativos possuem rápida absorção. Utilizado para o uso no manejo das espécies gramíneas e dicotiledôneas em pós-emergência, antes da semeadura do milho no sistema de semeadura direta. O cletodym presente na formulação permite o uso em áreas com a presença de Digitaria insularis, Chlorys polydactyla, Eleusine índia, Lolium multiflorum resistentes ao glifosato e presença do fluroxipyr para áreas com folhas largas, tais quais a Conyza resistente ao glifosato e ao 2,4D e também para áreas na presença de Bidens pilosa, Amaranthus e Euphorbia resistentes ao glifosato ou ainda áreas com folhas largas tolerantes ao glifosato.

De acordo com os estádios das espécies presentes, em especial as gramíneas acima de 50 cm ou no florescimento, poderá ser necessário aplicação sequencial com herbicidas de contato, a exemplo Glufosinato ou Diquat e neste cenário ocorre aumento no controle das dicotiledôneas. Devido a presença do cletodym, é recomendável aguardar em torno de 7 dias para realizar a semeadura do milho.

Herbicidas para aplicação antes da emergência das espécies e da cultura do milho

Atrazina:Trata-se de um herbicida translocável (Sistêmico) quando aplicado em pré-emergência não translocável (contato), quando aplicado em pós-emergência. Mecanismo de ação denominado de Inibidor do Fotossistema II. Espectro de ação com maior predominância para o controle da maioria das folhas largas e ainda possui ação residual para folhas largas e algumas estreitas, mas sempre necessário adequar as doses, com tipo de solo.  Herbicida altamente seletivo ao milho, em todas as modalidades, tipo de solo, estádios e em todos os híbridos e ou ainda variedades.

Praticamente, sempre a atrazina está inserida nas aplicações, quer seja nas misturas em tanque com ou aquelas já formuladas a exemplo de (Mesotrione+Atrazina), (S-metolachlor+Atrazina), (Atrazina+Simazina), (Atrazina +Óleo Vegetal), (Alachlor+Atrazina).

Em geral a atrazina isolada ou em mistura pronta com óleo vegetal, tem sido usado em doses baixas em no máximo 3,0 L há, e desta forma ocorrerá uma menor ação residual, mas poderá ter melhores efeitos residuais, conforme as doses de registro em até 6,0 L há.

S-Metolachor e Pyroxasulfone: Herbicidas com amplo espectro de ação, com maior range de controle para as gramíneas anuais e perenes e algumas folhas largas, mas em total pré-emergência das espécies.  Devido ao mecanismo de ação em inibir os pontos iniciais de crescimento, necessita estar em contato com as sementes logo elas emitirem a radícola, coleóptilo e hipocótilo, fato esse que ocorre em torno de 3 a 4 dias, quando em condições de umidade e temperatura para ocorrência dos processos de germinação. Podem ser aplicados associados a outros herbicidas indicados para a cultura do milho.

Isoxaflutole: Herbicida translocável (Sistêmico), inibidor de enzima HPPD (Hidroxi Piruvato Dioxigenase), esta forma inibe síntese de carotenóides e por consequência inibe a formação de  clorofila. Herbicida específico para aplicação somente em pré-emergência, com restrições para solo arenoso, possui espectro de ação para gramíneas, anuais e perenes. Pode ser aplicado em associação com outros herbicidas com efeito em pré-emergência. 

(Metolachlor+Atrazina), (Alachor+Atrazina): Possui 2 mecanismos de ação atuando no controle das espécies. Quando aplicados em pré-emergência, possuem espectro para gramíneas anuais e perenes e muitas folhas largas, destacando a trapoeraba carurus, erva-quente, vassourinha de botão, picão-branco, beldroega, cordas-de viola, leiteiro, guanxuma, picão-preto, entre tantas outras. Quando em pós emergência são mais efetivos para as folhas largas nos estádios iniciais até 4 folhas. Na presença de gramíneas é necessário adicionar herbicidas indicados para o milho com ação em pós-emergência, de acordo com os tipos de gramíneas presentes.  

(Simazina+Atrazina): Mecanismo de ação denominado de Inibidor do Fotossistema II.  Possuem espectro para gramíneas anuais e muitas folhas largas, destacando a trapoeraba carurus, erva-quente, vassourinha de botão, picão-branco, beldroega, cordas-de viola, leiteiro, guanxuma, picão-preto, entre tantas outras. Quando aplicado em pré-emergência é translocável ou sistêmica e quando em pós-emergência não translocável ou contato. Quando em pós emergência e efetivo mais para as folhas largas nos estádios iniciais até 4 folhas. Na presença de gramíneas é necessário adicionar herbicidas indicados para o milho com ação em pós-emergência, de acordo com os tipos de gramíneas presentes.  

(Pyroxasulfona+Flumioxazina): Possui 2 mecanismos de ação atuando no controle das espécies. Herbicida para ser aplicado em pré-emergência, possui espectro para gramíneas anuais e perenes e muitas folhas largas, destacando a trapoeraba carurus, erva-quente, vassourinha de botão, picão-branco, beldroega, cordas-de viola, leiteiro, guanxuma, picão-preto, entre tantas outras. 

Herbicidas para aplicação após a emergência das espécies e da cultura do milho

Atrazina: Nesta modalidade a Atrazina não é translocável (Contato). Absorção um tanto quanto rápida.  Espectro de ação com maior predominância para o controle da maioria das folhas largas e ainda possui ação residual para folhas largas e algumas estreitas, cereais de inverno, mas sempre necessário adequar as doses, com tipo de solo.  Herbicida altamente seletivo ao milho, em todas as modalidades, tipo de solo, estádios e em todos os híbridos e ou ainda variedades.

Praticamente, sempre a atrazina está inserida nas aplicações, quer seja nas misturas em tanque com ou aquelas já formuladas a exemplo de (Mesotrione+Atrazina), (S-metolachlor+Atrazina), (Atrazina+Simazina), (Atrazina +Óleo Vegetal), (Alachlor+Atrazina) Glifosato+Atrazina (Milho RR) Glufosinato+Atrazina (Milho LL)

Mesotrione: Herbicida translocável (Sistêmico), o mecanismo de ação é a inibição da enzima HPPD, a qual inibe a síntese dos carotenóides e por consequência inibem a formação da clorofila. Absorção um tanto quanto rápida. Possui ação mais específica para capim-colchão e capim amargoso em pós-emergência, algumas folhas largas, em especial, cordas de viola, picão-preto, cultura voluntária tal qual a soja.  Possui ação residual, pouco reconhecida, mas possui excelente residual específico para buva, porém nem sempre suficiente para manter esse residual após a colheita do milho até a semeadura da soja.

Necessário conhecer a relação mesotrione e híbridos devido a fitotoxicidade.

Em geral, mesotrione sempre é aplicado em misturas, predominando a atrazina, mas também pode aplicado associado ao glyphosate (Milho RR), glufosinato (Milho LL), e ao nicosulfuron (verificar se o híbrido não possui sensibilidade ao nicosufuron) ou ainda com herbicidas que atuam em pré-emergência. Realizar o monitoramento da área para que o herbicida seja aplicado nos estádios jovens das espécies. 

Quando na presença da Digitaria insularis em estádio mais avançado, em torno de 30 cm, poderá ser necessário aplicar herbicidas em sequência no intervalo de 15 dias da primeira aplicação.

Tembotrione: Herbicida translocável (Sistêmico), o mecanismo de ação também é a inibição da enzima HPPD, absorção um tanto quanto lenta. Possui ação para várias gramíneas e folhas largas em pós-emergência. Possui ação residual, pouco reconhecida, mas possui excelente residual específico para buva, porém nem sempre suficiente para manter esse residual após a colheita do milho até a semeadura da soja.

Necessário conhecer a relação tembotrione e híbridos devido a fitotoxicidade, embora esse ativo tem mostrado alta seletividade ao total de híbridos cultivados.

Em geral, tembotrione sempre e aplicado em misturas, predominando a atrazina, mas também poder aplicado associado ao glyphosate (Milho RR), glufosinato (Milho LL) e ao nicosulfuron (verificar se o híbrido não possui sensibilidade ao nicosufuron) ou ainda com herbicidas que atuam em pré-emergência. Realizar o monitoramento da área para que o herbicida seja aplicado nos estádios jovens das espécies. 

Quando na presença da Digitaria insularis em estádio mais avançado, em torno de 30 cm, poderá ser necessário aplicar herbicidas em sequência no intervalo de 15 dias da primeira aplicação.

Nicosulfuron: Herbicida translocável (Sistêmico), absorção um tanto quanto rápida. Possui amplo espectro, em especial para as gramíneas capim-mamelada, capim-carrapicho, brachiarias perenes, capim-falso-massambara, capim-camalote e algumas folhas largas e soja voluntária.

Trata-se de um dos herbicidas com maior quantidade de híbridos suscetíveis e se aplicado pode ser letal. Realizar o monitoramento da área para que o herbicida seja aplicado nos estádios jovens das espécies.

Atualmente, existe o nicosulfuron formulado com safener, onde confere alta seletividade aos híbridos. Seu mercado fica mais restrito aos híbridos que são geneticamente modificados para resistência ao glifosato ou glufosinato.

Mostra potencial em áreas que não foram semeadas com milho RR ou Milho LL, e estão na presença de espécies não controladas pelos ativos atrazina, mesotrione ou tembotrione em pós-emergência.

(Mesotrione+atrazina): Herbicida com 2 mecanismos de ação, com maior especificidade para capim-colchão e capim amargoso em pós-emergência, inúmeras folhas largas, em especial, cordas de viola, picão-preto, soja voluntária, buva. Possui ação residual, e tem o espectro de ação aumentado devido a presença da atrazina.

Necessário conhecer a relação mesotrione e híbridos devido a fitotoxicidade.

Realizar o monitoramento da área para que o herbicida seja aplicado nos estádios jovens das espécies. Em geral, pode também ser aplicado associado ao glifosato (Milho RR), glufosinato (Milho LL), nicosulfuron (híbridos não sensíveis).

Quando na presença da Digitaria insularis em estágio mais avançado, em torno de 30 cm, poderá ser necessário aplicar herbicidas em sequência no intervalo de 15 dias da primeira aplicação.

OBS: Indispensável sempre a presença do Engenheiro Agrônomo para realizar o diagnóstico da área e indicar adequadamente os herbicidas registrados e cadastrados nos estados, conforme a legislação federal e estadual e dessa forma atender desde o uso dos EPIs (Equipamento Individual de Proteção), e todas as demais indicações do uso adequado dos herbicidas, cada qual com suas restrições e ou especificidade.

*Por Donizeti Aparecido Fornarolli, da Fornarolli Ciência Agrícola

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