Para Stephanes, Brasil poderá ser maior exportador de alimentos em dez anos

20.05.2009 | 20:59 (UTC -3)

Em dez anos, o Brasil poderá ser o maior exportador de alimentos. A previsão é do ministro Reinhold Stephanes e foi feita durante o 5º Congresso Brasileiro de Soja, promovido pela Embrapa Soja, em Goiânia/GO.

Para Stephanes, o País é autossuficiente em quase todos os produtos agrícolas e ainda consegue exportar o excedente para 180 países. “Em uma série de produtos já chegamos a atingir 40% do mercado mundial em exportação”, completou.

Para pesquisadores, produtores e representantes da sojicultora, o ministro destacou a capacidade de reação do setor agrícola, mesmo com a gravidade da crise econômica financeira. “Até aqui, a agricultura reagiu bem. Só não colhemos uma safra igual ou superior à do ano passado por razões climáticas, como a seca no Sul do País”, analisou o ministro.

Crise: Ministro faz boas projeções para agricultura

O V Congresso Brasileiro de Soja (CBSOJA) e do Mercosoja 2009 foi aberto oficialmente no dia 19 com a conferência “Efeitos da crise e as prioridades atuais para agricultura brasileira”, cujo palestrante foi o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes.

De acordo com ele, a crise econômica mundial afetou o mercado de produtos agrícolas, porém, a própria demanda por alimentos e a dinamicidade do setor indicam uma tendência de recuperação.“As projeções que tinham sido feitas antes da crise mostravam que nos próximos 20 anos o mundo precisaria produzir pelo menos 50% mais do que se produz hoje em termos agrícolas. Isso porque a demanda por alimentos continua com a incorporação ao mercado consumidor das populações de países como China, Índia e Indonésia”, disse Stephanes.

Segundo o ministro, a crise não causou impacto sobre a produção da safra 2008/09. Ele citou dados para evidenciar que a área plantada foi praticamente igual a do ano anterior. E que a colheita só não alcançou os mesmos números do passado por causa das secas ocorridas no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande e parte do Mato Grosso do Sul.

Sobre os preços Stephanes avaliou que: “estamos em estabilidade a não ser em um ou outro produto como o algodão, onde a crise acentuou os problemas de mercado. Nos demais produtos, estamos de modo geral em uma situação firme, com sinais de recuperação ou com perspectivas de recuperação”.

O ministro apontou ainda dados sobre as exportações brasileiras que dão conta da dinâmica do setor no momento considerado de crise. “No mercado de exportações, de janeiro a abril, as estatísticas fechadas mostram que de oito produtos que o Brasil exportou sete são agrícolas. Daí, a dinamicidade da agricultura dentro do mercado”, completou.

A diretora-presidente em exercíco da Embrapa, Tatiana Deana de Sá, esteve presente no evento e fez a recapitulação da trajetória de sucesso da adaptação da soja no ambiente tropical, com destaque para o bioma cerrado, para ressaltar os êxitos da pesquisa agrícola nacional. Atualmente, ela listou uma série de novos desafios para as investigações científicas no âmbito da preservação do meio ambiente e da questão do aquecimento global.

“As condições climáticas, associadas ao aquecimento global, requerem novas tecnologias, inclusive o desenvolvimento de ferramentas biotecnológicas, abrindo o foco da pesquisa com a soja a tendências inovadoras, contribuindo para alterar a imagem da soja como a grande vilã do desmatamento da Amazônia”, afirmou Tatiana. Ainda conforme ela, essa característica atual das pesquisas, aliada a parcerias com os segmentos governamentais e não-governamentais, vem apresentando resultados de forma a integrar e contribuir às portas abertas para a soja nos mercados internacionais.

Adélia Azeredo e Rodrigo Peixoto

Mapa e Embrapa

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