Novas estirpes de Azospirillum brasilense
Por Solon Cordeiro de Araújo, Conselheiro da ANPII
A produção de soja precisa ter um cultivo adequado, seu plantio deve ter condições climáticas favoráveis, a temperatura ideal para um bom desenvolvimento é mais ou menos 30 ºC. Quando estão acima de 40 ºC, causam o aborto de flores e baixa capacidade de retenção de vagens. Temperaturas abaixo ou perto de 10 °C diminuem muito as taxas de crescimento. Temperaturas abaixo de 20 °C podem prejudicar a germinação das sementes. A soja só florescerá quando a temperatura estiver acima de 13 °C. A necessidade total de água é em torno de 450 e 800 mm/ciclo, mas depende das condições climáticas, manejo da cultura e ciclo da variedade. As demandas de água são maiores durante a floração e enchimento de grãos, quando as culturas requerem 7 a 8 mm de água por dia.
A utilização de cultivares tolerantes é essencial para que a soja obtenha uma produtividade alta, bem como a redução do custo de produção. O manejo na cultura vem se modificando nas últimas décadas devido a importantes avanços tecnológicos. O cultivo se estendeu do sul do país ao sudeste. Atualmente é cultivado em todas as regiões do Brasil.
Com o cultivo de soja em extensas áreas, é inevitável o aparecimento de pragas, doenças e plantas infestantes. Na safra de 2000/01 a ferrugem-asiática Phakopsora pachyrhizi foi constatada nas lavouras comerciais inicialmente no Paraguai e em seguida no Estado do Paraná. Após dois anos disseminou-se em todo o território brasileiro, causando expressivos prejuízos aos sojicultores.
Dessa forma, é preciso entender que os fungicidas pertencem a classe de pesticidas fundamentais que controlam eficazmente as doenças das plantas. A maior parte das plantas cultivadas está sujeita ao ataque de patógenos que causam uma queda significativa no rendimento, resultando em menos alimentos e perda de lucros para os produtores. A maioria das pesquisas são voltadas para o impacto dos fungicidas na agricultura e sua eficácia para controlar os fitopatógenos.
O uso de fungicidas pode desencadear uma variedade de processos fisiológicos e bioquímicos, resultando na redução do crescimento, comprometimento do desenvolvimento dos órgãos reprodutivos, modificando o metabolismo de carbono e nitrogênio, e a antecipação do processo de envelhecimento. A capacidade de um fungicida provocar estresse temporário ou permanente a uma planta é chamada de fitotoxicidade. Entre os principais processos vitais afetados, os que dependem de oxigênio, como respiração aeróbica, fotossíntese e fotorrespiração, podem promover significativamente a formação de espécies reativas de oxigênio (ROS) e induzir estresse oxidativo generalizado nas plantas.
Os sintomas podem se manifestar de diferentes maneiras. O fenômeno mais comum é observado nas folhas, órgão mais exposto aos fungicidas, onde pode ocorrer clorose devido à destruição parcial ou total dos cloroplastos conforme exposto na figura abaixo. Em casos avançados, os tecidos mais severamente afetados são necróticos e até mesmo as folhas são deformadas e espessadas. Alguns desses sintomas, quando graves, podem acelerar o processo de envelhecimento e refletir na queda das folhas.
A ferrugem asiática é a principal doença da soja, sendo seu patógeno Phakopsora pachyrhiza, conforme citado anteriormente. Considerando o custo do controle da doença e a perda econômica da produtividade reduzida, a doença custa ao Brasil US$ 2 bilhões por safra.
As proporções básicas de manejo da doença são preventivas e devem ser implementadas em conjunto. Dentre eles, é importante, respeitar o vazio sanitário, rotação de culturas e uso de fungicidas. O monitoramento da cultura é essencial. As principais estratégias são o uso de cultivares resistentes e a época de plantio. De qualquer forma, é preciso aplicar fungicidas para que o controle seja eficaz.
A importância em buscar um fungicida que seja eficaz é uma necessidade do produtor, por isso, as carboxamidas são os fungicidas escolhidas para explicar como funciona sua interação com cultivares.
Conforme Godoy, no Brasil, recomenda-se algumas estratégias para o manejo da doença: não semear soja e eliminar voluntários por meio de lacunas sanitárias durante a entressafra para reduzir a inoculação de fungos; usar cultivares de ciclo precoce e semear no início da estação recomendada como estratégia de fuga doenças; uso de variedades com genes de resistência; monitoramento das culturas desde o início do crescimento para determinar o momento ideal de controle químico; uso preventivo de fungicidas. Ou reduzir o número de aplicações de fungicidas ao longo da safra na definição do início dos sintomas e nas janelas de plantio, tentando assim retardar a seleção de populações fúngicas resistentes ou menos resistentes sensível a fungicidas
As carboxamidas correspondem a ambos os grupos químicos dos antigos e novos fungicidas. Seus primeiros representantes (fungicidas carboxílicos) datam da década de 1960 e foram introduzidos para o controle de doenças por meio de tratamentos de sementes, primeiro para o trigo e depois para diversas outras culturas inclusive a soja. As carboxamidas inibem as enzimas respiratórias (succinato desidrogenase) nos fungos, impedindo-os de utilizar totalmente o oxigênio e produzir energia. No caso de uma doença fúngica em uma planta, o processo que mais demanda energia é o da penetração na planta, onde o fungo deve atravessar uma barreira física protetora tipificada pelo tecido foliar.
Com carboxamidas estão presentes na planta, acontece a ação principal, fazendo com que o fungo entre em colapso. Por isso, a ação da carboxamida é preventiva, impedindo que o fungo entre na planta.
Ao aplicar a carboxamida quando a infecção já existe, a ação desse fungicida vai acontecer somente no próximo ciclo do fungo, que ocorre entre 8 e 9 dias. Por isso, prevenir com as carboxamidsa, durante o manejo é de extrema importância.
Cada vez mais que a aplicação de fungicidas eficientes é necessária, fazendo com que o agricultor invista em estratégias para o manejo da ferrugem-asiática. Para controlá-la, são diversos os meios existentes. Há diferentes mecanismos de ação de produtos e intervalos de aplicação. Essas práticas não eliminam a ferrugem, mas podem reduzir seus efeitos e auxiliar na eficácia de outras medidas de controle.
Por Flávio André Vendramin Bertoti, Instituto Federal Goiano - Campus Urutai
Artigo publicado na edição 294 da Revista Cultivar Grandes Culturas
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