Extratos da alga Ascophyllum nodosum impulsionam produção agrícola

Pesquisas revelam como esses extratos ajudam as plantas a resistir a estresses e contribuem para uma produção mais equilibrada

04.12.2025 | 13:47 (UTC -3)
Gabriela Carvalho

O potencial das macroalgas para aumentar a produtividade agrícola e reduzir os efeitos de estresses bióticos e abióticos foi o tema central da palestra do professor Carlos Alexandre Crusciol, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no evento Conexão Abisolo 2025. Especialista em fisiologia vegetal e manejo de culturas, Crusciol apresentou evidências científicas de como o extrato da alga marinha Ascophyllum nodosum fortalece as plantas e ajuda a melhorar o rendimento das lavouras em condições climáticas adversas.

Segundo o pesquisador da Unesp, as perdas de produtividade agrícola estão diretamente ligadas a respostas naturais das plantas a diferentes tipos de estresse, como seca, calor e frio, que são geneticamente determinadas. Os extratos de macroalgas modulam essas respostas, otimizando o uso de energia e favorecendo o crescimento das plantas. Um dos conceitos-chave abordados é o do “priming”, processo pelo qual compostos bioativos das macroalgas “treinam” as plantas para reagir de forma mais rápida e eficiente a condições desfavoráveis, mantendo o metabolismo ativo e garantindo melhor desempenho produtivo.

Carlos Crusciol também traçou um panorama histórico do uso agrícola das macroalgas. Desde o século XVIII, espécies marinhas são aplicadas em solos costeiros europeus para melhorar a fertilidade. A partir da década de 1950, os extratos começaram a ser utilizados como biofertilizantes foliares, com destaque para Ascophyllum nodosum, reconhecida por sua eficácia e relevância econômica. Exclusiva do Atlântico Norte e adaptada a condições extremas entre marés e variações de temperatura de -22°C a 38°C, essa alga desenvolve compostos bioativos que conferem resistência a estresses ambientais. Aplicados às plantas, seus extratos ajudam o manejo do estresse, estimulam o crescimento radicular, equilibram a fisiologia e favorecem a absorção de nutrientes, resultando em plantas mais saudáveis e cultivos de qualidade superior.

De acordo com Bruno Carloto, gerente de marketing estratégico da Acadian, a maior empresa do segmento em bioestimulação através de extratos de algas, estudos recentes comprovam que os extratos de Ascophyllum nodosum aumentam a atividade enzimática, melhoram a absorção de nitrogênio, ampliam a tolerância ao frio e estimulam o desenvolvimento radicular em diversos cultivos. Além disso, compostos, como polifenóis, atuam de forma semelhante a hormônios vegetais, promovendo maior crescimento e melhor produtividade.

“Compreender e valorizar o potencial dessas espécies é dar um passo decisivo rumo a um futuro agrícola mais resiliente, sustentável e produtivo”, reforça Bruno Carloto.

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