Valent BioSciences anuncia aquisição da FBSciences
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Os chefes das Unidades do Sul (Suínos e Aves, Florestas, Soja, Trigo, Uva e Vinho, Clima Temperado e Pecuária Sul) reuniram-se na terça-feira (24/01) em Porto Alegre (RS) para uma agenda técnica com representantes do governo do Rio Grande do Sul. O anfitrião do encontro foi o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Giovani Feltes.
A pauta do "1º Encontro com Diretores e Técnicos da Embrapa do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná" teve como objetivo a troca de informações e experiências sobre as tecnologias da Embrapa e órgãos estaduais, especialmente em temas como mitigar os efeitos de estiagem, enfrentamento de mudanças climáticas e promoção da produção sustentável.
No encontro, os chefes das Unidades do Sul apresentaram suas agendas de pesquisa e as potenciais contribuições com as cadeias produtivas do estado. Estiveram presentes os secretários da Agricultura, Giovani Feltes; do Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini; do Desenvolvimento Econômico, Ernâni Polo; e do Meio Ambiente, Marjorie Kauffmann. Estiveram presentes ainda no encontro entidades como Federação da Agricultura do RS (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Emater, além de técnicos da Secretaria de Agricultura.
O secretário Giovani conduziu a reunião e destacou a importância desta primeira iniciativa de aproximar as Unidades da Embrapa da região Sul com o Governo do Estado do RS. Na sequência, o Chefe Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, apresentou tecnologias importantes para o crescimento do agro gaúcho, em alinhamento com as metas de descarbonização e enfrentamento das constantes estiagens que vêm assolando o estado. Em seguida, cada uma das Unidades da Embrapa teve oportunidade de apresentar suas agendas.
Entre as falas, o chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe, mencionou cinco grandes áreas onde as ações de PD&I estão contextualizadas, bem como sua relevância: Competitividade; Sanidade; Sustentabilidade; Imagem e Inovação. Temas como carne de baixo carbono, estratégias para enfrentamento da estiagem, biosseguridade, além de novas ações, como carne cultivada e xenotransplantes, estiveram entre as contribuições apresentadas pela Unidade.
Segundo o chefe da Embrapa Florestas, Erich Schaitza, a reunião proporcionou a abertura de discussões técnicas constantes. “Essa é uma iniciativa dos centros localizados no Sul do Brasil para se fazerem presentes nos programas estaduais de desenvolvimento sustentável, com um viés de agricultura, mas com potencial para influenciar a indústria e o bem-estar de pessoas de forma global, com a construção de um mundo mais descarbonizado e com menos riscos gerados pelas mudanças climáticas. Trabalhar junto com o governo gaúcho é o melhor caminho para chegar ao usuário gaúcho”. Schaitza enfatizou a importância da floresta em todas as propriedades rurais gaúchas, seja para a proteção de solos, água e biodiversidade, ou como um importante vetor econômico e de qualidade de vida.
Ao final, o secretário de Agricultura também apresentou a agenda prioritária e reforçou a importância da Embrapa estar sempre com as portas abertas para o diálogo e para a construção de soluções para as cadeias produtivas em benefício da sociedade.
A agenda seguiu no dia 25, a agenda dos chefes do Sul continuou na Farsul, para discussão e ajustes sobre o projeto Duas Safras. Participaram da reunião o secretário de Agricultura do Estado, Giovani Feltes; o ex-secretário da Agricultura Domingos, Velho Lopes; e o presidente FARSUL, Gedeão Pereira, além de representantes de entidades ligados ao agro gaúcho.
De acordo com o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe, a reunião destacou três questões principais. A primeira delas foi a análise dos dois anos do Programa Duas Safras, que na avaliação de todos tem sido um sucesso, com ampliação da área de cultivo do trigo. "Em um levantamento realizado em 2016, sobre os desafios para a cultura do trigo, identificou-se a liquidez como o maior desafio. Em 2022, 70% do trigo do RS foi exportado, mostrando como essa cultura se profissionalizou e cresceu. O cultivo desse cereal inclusive impulsionou outros negócios como o etanol produzido a partir do trigo, havendo no momento três unidades em construção, próximas de iniciar suas atividades", frisou Everton.
Outro ponto importante discutido na reunião foi sobre a adoção de cereais de inverno na indústria de alimentação animal, tema considerado estratégico para o RS, que nas últimas quatro safras de milho, três foram comprometidas por problemas de estiagem. "A perspectiva de produção de triticale e cevada para alimentação animal é vista como uma alternativa que precisa ser melhor compreendida pela indústria de alimentação animal, com subsídio dos trabalhos de pesquisa realizados pela Embrapa Suínos e Aves", comentou Krabbe, que complementou afirmando que em 2023 será organizado um evento técnico com as indústrias de proteína animal para estimular a adoção do triticale e cevada na indústria de rações.
O enfrentamento das frequentes estiagens é uma das prioridades do Governo gaúcho, sendo que o programa Duas Safras integra as alternativas. Everton explica que um dos desafios a se superar é de ordem ambiental, que inviabiliza a reservação de água, uma vez que praticamente todos os 85 mil reservatórios existentes foram construídos antes de 1980, quando as políticas ambientais ficaram mais restritivas. Estima-se que aproximadamente 324000 ha estejam sob irrigação no RS, o que representa menos de 5% das culturas de sequeiro. Assim, como uma das propostas da reunião, a Embrapa juntamente com entidades representativas e da agroindústria deverão fomentar a adoção do triticale e cevada na nutrição animal.
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