Diversidade de plantas em horta é benéfica para controle de pragas

Os resultados foram publicados no boletim técnico “Bordadura diversificada em cultivo de couve incrementa a comunidade de insetos e reduz danos por besouros desfolhadores”

15.08.2023 | 14:46 (UTC -3)
Assessoria de Imprensa

Um estudo conduzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) em seu Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal, em Santa Maria, comprovou que o cultivo de fava, funcho e tagetes na bordadura de uma horta de couves auxilia no controle biológico de insetos predadores. Os resultados foram publicados no boletim técnico “Bordadura diversificada em cultivo de couve incrementa a comunidade de insetos e reduz danos por besouros desfolhadores”.

“A inserção de plantas de diferentes espécies num ambiente agrícola pode favorecer a abundância de inimigos naturais, aumentar a competição entre os herbívoros e, com isso, reduzir a ação das pragas. As plantas próximas aos cultivos podem servir como repositório de predadores e parasitoides de insetos por prover abrigo, local de oviposição, presas alternativas e recursos nutricionais como pólen e néctar”, explica a pesquisadora Rosana Matos de Morais, uma das autoras da publicação.

A escolha das plantas para o cultivo na bordadura da couve obedeceu a critérios específicos. “A fava possui nectários extraflorais que podem oferecer recurso alimentar para os insetos mesmo no período vegetativo, e ainda, por ser uma leguminosa fixadora de nitrogênio, melhora as condições do solo. O funcho é uma aromática, de uma família de plantas que oferece floração muito farta e acessível aos insetos. E o tagetes é amplamente reconhecido por apresentar propriedades repelentes”, detalha Rosana.

Os resultados demonstraram que as três espécies foram capazes de abrigar uma gama de artrópodos predadores, herbívoros e polinizadores. O funcho se destacou pela maior abundância e presença de joaninhas na fase larval e adulta. A fava apresentou grande quantidade de pulgões não praga para couve, tornando-se uma fonte alternativa de alimento para os predadores. “Além disso, as plantas de couve mantidas em até dois metros da bordadura apresentaram menores danos provocados por besouros desfolhadores e reduzida abundância de vaquinha (Diabrotica speciosa), comparativamente às couves mantidas a mais de 20 metros de distância da borda diversificada”, completa a pesquisadora.

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