Test Drive exclusivo com o trator YM347A da Yanmar
Projetado e fabricado no Japão, o trator YM347A, da Yanmar, tem características adequadas para trabalhar em áreas com espaçamento reduzido e terrenos acidentados
Aproveitando os holofotes que o mês de março traz para conversas sobre a presença feminina em diversos espaços, gostaria de propor uma última reflexão. Nesse período em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, minha contribuição é sobre um recorte bastante discutido no mundo corporativo: a presença feminina em cargos de liderança no agro.
Segundo o Panorama Mulheres 2023, estudo feito pelo Talenses Group em parceria com o Insper, a participação delas nessas posições cresceu de 2019 a 2022 no Brasil. O estudo aponta que as mulheres passaram, por exemplo, de 13% a 17% dos CEOs do país.
A presença feminina vem crescendo, sem dúvida, mas ainda há muito o que conquistar nesse território tão tradicionalmente ocupado por homens. Minha experiência profissional traz muito disso, inclusive. Desde que me formei em Engenharia de Alimentos, tomei a decisão de direcionar minha carreira para a Indústria e decidi que era importante agir para transformar esse ambiente, em sua maioria, masculino. Por isso, além das atribuições relacionadas ao meu cargo, também atuo em frentes para a promoção da diversidade, da equidade e da inclusão – como redes de afinidades, projetos globais e comitês – que estão alinhadas ao meu propósito pessoal de discutir a presença feminina nas organizações e influenciar as mudanças.
As mulheres podem, muitas vezes, sofrer da famosa síndrome de impostor, se questionando se são boas o suficiente para assumirem determinado cargo ou posição e construírem dentro de si mesmas a percepção de insuficiência. A verdade é que, na maioria das vezes, elas estão de fato prontas para a responsabilidade. Saber lidar com essa autossabotagem e reconhecer os sinais é fundamental para combatê-la e permitir o crescimento da carreira. Não há uma receita prática para acabar com a síndrome de impostor, porém conhecer e compartilhar histórias de outras mulheres que lidaram com ela e, mesmo assim, conseguiram reivindicar seu espaço é importante para dar o primeiro passo nessa autoanálise.
E como eu lido com isso? Começo pelo engajamento com o RH, porta de entrada de empresas, e também pela liderança. Desafio os demais gestores a buscarem candidatas com perfil aderente às vagas para as entrevistas; isso abre portas para que outras mulheres, que duvidam de si mesmas, se desafiem nesse processo.
Outro ponto para o qual estou sempre atenta é a busca por melhorias nas instalações. Isso pode parecer básico, porém estar um ambiente preparado para receber e acolher pessoas diversas faz toda a diferença no desenvolvimento pessoal, além de colaborar com a retenção desses talentos nas empresas. Por fim, como mulher ocupando uma posição de destaque em um ambiente tradicionalmente masculino, também dedico parte do meu tempo para mentorar outras candidatas e apoiá-las no desenvolvimento de suas carreiras.
Atualmente, sou líder de uma planta de Nutrição Animal da Cargill em Santa Catarina. Minha formação técnica e minhas competências me permitem liderar um time de 100 pessoas, que produz e entrega produtos com qualidade para nossos clientes. Entre minhas responsabilidades, estão garantir o cumprimento dos requisitos de segurança (das pessoas, processos e meio ambiente), fazer a gestão dos orçamentos e do portfólio de projetos de investimento e de melhoria contínua, entre outras atividades necessárias para a gestão das operações na unidade de Chapecó.
Os desafios são diários, porém trabalhar em uma empresa que conta com 36% de mulheres em cargos de liderança no Brasil e tem o compromisso de chegar a 50% até 2030, faz toda a diferença. Ver na prática a disposição e o compromisso em estabelecer um olhar inclusivo para preencher vagas internas, buscando profissionais capacitados para ocupá-las dentro de grupos sub-representados, é essencial. Isso está atrelado ao papel estratégico que os RHs podem e devem desempenhar dentro das empresas, indo além da seleção de pessoas e tornando-se aliados nessa busca por equidade. Mas, principalmente, esse deve ser um compromisso de cada gestor, que deve se desafiar e desafiar seus pares a reconhecer seus vieses inconscientes durante as avaliações dos candidatos e focar, de fato, nas suas competências.
O agro é um setor em intensa transformação e cada vez mais conectado com outros setores da sociedade. Temos aqui uma oportunidade incrível de liderar pelo exemplo, reconhecer nossas gestoras e promover o acesso ao desenvolvimento para todas as mulheres que desejarem o desenvolvimento. Eu mesma vivi isso e estou disposta a contribuir com o crescimento de outras mulheres no agro!
*Por Luciana Schramm, gerente de planta da Cargill Nutrição Animal
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura