Doenças de final de ciclo da soja: herança de safra para safra
Por Caroline Wesp Guterres (UFRGS); Camila Cristina Lage de Andrade, Marisa Dalbosco e Rita de Cássia Madail Santin (Agronômica - Lab. de Diagnóstico Fitossanitário)
O solo é um componente essencial da vida na Terra. Contribui para a regulação e abastecimento de água, regulação climática, conservação da biodiversidade, e sequestro de carbono. Como nos lembra a ONU, 95% dos nossos alimentos provêm do solo e cerca de 33% dos solos do planeta estão degradados.
Nosso solo está ficando mais pobre. Isto é consequência da exploração durante décadas, retirando os seus recursos mais preciosos e não lhe devolvendo nada. O solo do nosso planeta é um organismo cheio de vida. É composto por diversos elementos minerais e orgânicos.
Na verdade, o solo é uma fina camada de matéria mineral e orgânica que permite a retenção e a circulação da água e do ar na superfície da Terra. Essa fina camada, que varia em espessura de alguns centímetros a alguns metros, sustenta praticamente toda a vida no planeta.
Diferentes formas de vida coexistem e permitem que o solo desempenhe diversas funções essenciais:
Sim, nosso solo tem superpoderes! Mas a sua exploração intensiva provoca o seu empobrecimento, o que leva à sua erosão e à desertificação, o que os torna ainda menos capazes de ser utilizados.
O solo é um importante recurso não renovável que, quando sujeito a forte erosão, se perde ao longo de milênios. Embora a chuva forneça umidade para o crescimento das plantas e o bem-estar humano, é também, sem dúvida, uma das principais causas da degradação do solo, que ameaça seriamente o equilíbrio do nosso planeta e de todos os seus ocupantes. A erosão do solo reduz a produtividade da terra e contribui, principalmente, para o assoreamento de rios, o que é responsável pelas enchentes.
O risco de erosão aumenta se o solo não for suficientemente protegido por cobertura vegetal e/ou pela camada de resíduos de colheita da cultura anterior (palha). Resíduos e vegetação protegem o solo do impacto das gotas de chuva e respingos de água. Eles também tendem a reduzir a velocidade do fluxo de água e promover a infiltração da água no solo.
A adoção de práticas conservacionistas, como por exemplo, a adoção do sistema de plantio direto, com o não retorno dos restos vegetais, realizando a rotação de culturas e preservando a palhada na superfície do solo, é uma enorme contribuição para que o sistema se torne equilibrado e sustentável. A palha sobre o sistema diminui a temperatura e preserva a umidade do solo, criando um clima mais favorável para o desenvolvimento de microrganismos benéficos.
A camada perdida com a erosão é a mais fértil, viva e rica em matéria orgânica. As plantas somente poderão recobrir o solo com rapidez e eficiência quanto maior for a sua velocidade de desenvolvimento. Isso é possível quando a planta encontra no solo as condições adequadas, principalmente a disponibilidade de nutrientes. Em função dos solos tropicais apresentarem baixa disponibilidade de nutrientes, é o fertilizante quem contribuirá para o fornecimento de nutrientes fundamentais para o crescimento das plantas.
O uso de fertilizante favorece a maior produção de massa vegetal, o que irá criar uma maior massa de resíduo, protegendo o solo com maior eficiência contra o impacto das gotas de chuva e, consequentemente, do processo erosivo do solo. Da mesma forma, quanto maior o desenvolvimento da planta, maior será a quantidade de resíduos vegetais que ficará sobre o solo. Assim, o uso de fertilizante favorece a maior produção de massa vegetal, o que irá criar uma maior massa de resíduo, protegendo o solo com maior eficiência contra o impacto das gotas de chuva e, consequentemente, do processo erosivo do solo.
É evidente a importância do fertilizante no recobrimento vegetal do solo e a maior produção de palha. Esses dois fatores contribuem para reduzir o processo erosivo do solo e conservar as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Essa preservação ajuda o solo a manter seu potencial produtivo, mas acima de tudo contribui para reduzir o assoreamento de rios e lagos e a conservação da água.
*Por Valter Casarin, coordenador geral e científico da Nutrientes Para a Vida
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Por Caroline Wesp Guterres (UFRGS); Camila Cristina Lage de Andrade, Marisa Dalbosco e Rita de Cássia Madail Santin (Agronômica - Lab. de Diagnóstico Fitossanitário)
Por Jacob Crosariol Netto e Guilherme Gomes Rolim (Instituto Mato-grossense do Algodão); Raphael de Campos Castilho (Esalq/USP); Eduardo Moreira Barros (Barros Proteção de Plantas); e Daniela de Lima Viana (Comdeagro)