Desafios e melhores práticas no cultivo e manejo do solo para produção de milho
Por Eduardo Zavaschi, especialista em milho da Agroadvance, parceira da Orbia
A ANPII foi a primeira entidade representativa de bioinsumos para a agricultura do Brasil. Embora criada formalmente em 1990, as empresas produtoras de inoculante desde a década de 1970 já estavam organizadas para juntar forças na luta por seus interesses.
Em 1980, na edição da primeira lei regulamentando os inoculantes, as empresas estiveram representadas, influindo positivamente nos termos da legislação. Após se registrar como personalidade jurídica sem fins lucrativos e com a incorporação das empresas importadoras de inoculantes em seus quadros, a associação tomou mais corpo e passou a ser uma interlocutora dos órgãos de pesquisa e regulatórios, para levar a debate o ponto de vista da indústria de inoculantes.
Na fase atual, que chamamos de “era dos biológicos na agricultura”, com o grande impulso que estes insumos tomaram nas lavouras, a ANPII ampliou seu quadro de associados, incorporando novas indústrias e abrindo espaço para uma nova categoria, a de associados colaboradores, com a adição de empresas com atividades correlatas à produção e comercialização de produtos biológicos, como startups de desenvolvimento de inovação biotecnológica, laboratórios de bioanálises, entre outros.
Até pouco tempo, havia um quadro bem definido de empresas que produziam inoculantes e outras que produziam os defensivos biológicos. Entretanto, com a ampliação dos conhecimentos técnico-científicos, passou-se a desenvolver produtos que servem para as duas finalidades: promover o desenvolvimento das plantas e, ao mesmo tempo, servir para o combate a determinados agentes patológicos que prejudicam a sanidade das lavouras
Dentro desta linha, a maioria das empresas associadas passou a trabalhar tanto com bioinsumos para influir na área de nutrição, como na área de defesa vegetal. Os equipamentos e o quadro técnico apresentam alta sinergia entre os dois tipos de produtos. Sentindo a necessidade de maior representação do setor destes últimos, o caminho natural foi o de incorporar essa linha de biodefensivos no escopo da ANPII, que é a pioneira na associação de empresas produtoras de bioinsumos e que hoje exerce uma forte representatividade no setor.
Após diversos estudos e consultas aos associados, foi decidido em assembleia-geral que a ANPII passe a atuar também no segmento dos defensivos biológicos, produtos que se consolidam cada vez mais na agricultura brasileira. Foi um movimento quase natural: já existe uma associação plenamente consolidada, com 33 anos de existência, elevada representatividade nos setores acadêmico e regulatório, está com um leque de empresas desde startups até as maiores do setor, todas convivendo democraticamente no espaço da associação e com um forte movimento de adesão de novos associados, o que demonstra a significativa presença da entidade no setor.
A tendência mundial é a de termos empresas, e suas respectivas associações de classe, trabalhando de forma multidisciplinar, mas com foco em determinados segmentos, para ter possibilidade de acompanhar a evolução da dinâmica agricultura brasileira.
A ANPII está preparada técnica e administrativamente para encarar essa nova atividade e temos certeza que as associadas se sentirão bem representadas nos vários fóruns. Há um trabalho intenso e muito profissional na discussão da Lei de Bioinsumos, levando o ponto de vista da indústria para dar cada vez mais efetividade à produtividade agrícola de uma forma sustentável, tendo em conta a necessidade de compatibilizar produtividade com proteção ao ambiente.
Portanto, a ANPII, em sua trajetória de trabalho intenso e representatividade na área biológica, aumenta significativamente seu escopo associativo, em prol da produção agrícola.
Por Solon Araujo, conselheiro da ANPII
Publicado na edição 296 da Revista Cultivar Grandes Culturas
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