UPL lança dez produtos agrícolas em um ano e reforça foco em biossoluções

Empresa investe em inovação colaborativa e amplia portfólio sustentável com parcerias

26.06.2025 | 20:00 (UTC -3)
Revista Cultivar

A UPL Brasil alcançou marco inédito em sua trajetória. Em 2025, lança dez novos produtos em um único ano. A afirmação foi de Rogério Castro, CEO da companhia, durante evento realizado na área de pesquisa e desenvolvimento em Pereiras (SP).

Segundo ele, a conquista decorre de um trabalho de anos. Muitos produtos esperavam há mais de uma década por liberação regulatória. Agora, todos obtiveram registro. “Nunca vivi um ano assim em 35 anos de carreira. Já houve períodos em que não lançamos nenhum produto”, disse.

Os produtos: Constel (clorantraniliprole + metoxifenozida); Ecconik (isoxaflutol); Fastmite (abamectina); Kashmir (hexazinona + isoxaflutol + sulfentrazona); Luminus (petid Flg22-Bt); Melius (trinexapaque-etílico); Nuvita; Olea (24-D + metsulfurom-metílico + picloram); Propose (clorantraniliprole + clorfenapir); e Thunder (amicarbazona).

Os novos pesticidas visam combater plantas daninhas, insetos e patógenos com resistência a soluções tradicionais. A estratégia da UPL combina tecnologia local e colaboração. “Tudo foi feito aqui no Brasil, do desenvolvimento à solução final”, explicou Castro.

Rede de parceiros

A empresa mantém uma rede ativa de parceiros. Consultores, pesquisadores, universidades e instituições ajudam a testar, criticar e aperfeiçoar os produtos. “Eles se sentem donos das soluções porque participam de todo o processo”, afirmou.

Parte dessa abordagem é o Fórum Vision. A iniciativa reúne grupos independentes, batizados como Eagle, Jaguar, Wolf e Falcon Teams. Cada grupo avalia uma classe de produtos: herbicidas, fungicidas, inseticidas e biossoluções. Após os testes, os grupos apresentam suas críticas e sugestões em reuniões com a empresa.

A UPL descarta importar soluções prontas. “Não trazemos produto de fora esperando que ele funcione aqui. Inovamos para o que o produtor brasileiro realmente precisa”, explicou. A prioridade está em desenvolver soluções ajustadas às condições locais, ouvindo diretamente o campo.

Foco em sustentabilidade

A sustentabilidade aparece como pilar dessa estratégia. A UPL integra defensivos químicos e biossoluções em seus manejos. “Não há competição entre eles. É uma corrida de revezamento. Um passa o bastão ao outro”, comparou o CEO. O objetivo: mais produtividade com menor impacto ambiental.

Castro explicou que a sustentabilidade não depende apenas da redução de insumos. “Importa como se produz”, disse. A empresa mede a sustentabilidade com base em indicadores claros, como a produtividade por área e a redução de emissões.

A empresa aposta que a integração entre biossoluções e defensivos tradicionais representa o caminho mais eficaz para aumentar produtividade e reduzir impacto. “Se só com químico você produz 100, com biológico 70, mas juntos 120, esse é o caminho. É isso que queremos mostrar para o mundo”, concluiu.

O impulso decisivo da estratégia vem do topo. Jai Shroff, CEO global da UPL, prioriza pessoalmente temas ligados à sustentabilidade. Castro explicou que o executivo empenha-se pessoalmente em questões relacionadas ao tema, tanto na empresa quanto em fóruns globais.

Soja de baixo carbono

A parceria com a Embrapa reforça a diretriz sustentável. A UPL apoia o programa de soja de baixo carbono, em conjunto com outros parceiros. A iniciativa desenvolve diretrizes técnicas para que a soja brasileira tenha reconhecimento internacional como cultura de baixa emissão.

Nesse programa, o produtor utiliza uma calculadora de carbono. Ele insere dados sobre maquinário, tipo de insumo, irrigação e produtividade. O sistema calcula a emissão por tonelada de soja produzida. “Essa ferramenta já está em uso há mais de três anos”, explicou Castro.

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