União Europeia tem nova divisão sobre OGMs

Forte seca do ano passado motiva discussões sobre modificação na legislação sobre transgênicos

22.05.2023 | 14:59 (UTC -3)
Cultivar

Uma forte seca na Europa no ano passado prejudicou as colheitas e afetou a produção de alimentos em toda a Europa. Por isso, a União Europeia está considerando novas regras para cultivos geneticamente modificados em resposta à deterioração.

Alguns argumentam que a desregulamentação das técnicas de modificação genética poderia levar a melhores colheitas, enquanto outros acreditam que seria uma distração da necessidade de mudanças radicais nas práticas agrícolas.

Os defensores das técnicas de edição de genes afirmam que elas produzem culturas mais resistentes à seca e a doenças e requerem menos água.

A Comissão Europeia planeja propor uma lei em julho que relaxará as regras sobre plantas produzidas usando certas novas técnicas genômicas. Espera-se que a proposta crie um debate entre os estados membros da UE e legisladores. As novas técnicas envolvem ferramentas de edição genômica que alteram a composição genética de uma planta sem adicionar material genético estranho, ao contrário dos OGMs transgênicos. A Comissão Européia argumenta que as regras atuais sobre OGMs são inadequadas para regular a nova tecnologia.

A França apoia a mudança das regras, enquanto a Áustria, Chipre, Alemanha, Hungria e Luxemburgo são mais cautelosos e pedem avaliações de risco abrangentes. O grupo europeu de lobby agrícola Copa-Cogeca apoia as novas regras.

A maioria dos legisladores da UE apoia o relaxamento das regras, com o conservador Partido Popular Europeu se opondo a metas obrigatórias para cortar pesticidas, mas defendendo regras para a nova tecnologia.

Os partidos de esquerda no parlamento da UE resistem a leis específicas para novas técnicas genômicas, argumentando que elas já estão cobertas por regras existentes sobre OGMs.

A próxima batalha sobre o projeto de lei provavelmente se concentrará nas salvaguardas, com os Verdes defendendo avaliações de risco, métodos de detecção e rastreabilidade e rotulagem obrigatória. Os críticos argumentam que a rotulagem desencorajaria os consumidores que preferem alimentos sem OGM e que a proposta é uma distração da mudança necessária para um sistema agrícola sustentável.

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