Inovação marca o plantio da área da Abertura da Colheita do Arroz
Evento será realizado de 12 a 14 de fevereiro de 2020, trazendo novidades em tecnologia e alternativas de futuro ao produtor
A aplicação de agroquímicos na lavoura é algo rotineiro e de extrema importância para o sucesso da mesma. Nesse contexto, o uso de equipamentos de pulverização modernos e eficientes, e produtos de qualidade, além do conhecimento sobre o alvo (pragas, doenças e plantas daninhas) e o ambiente, se torna essencial para o correto manejo fitossanitário e nutricional. A interação entre todos esses fatores é conhecida como tecnologia de aplicação.
De acordo com o engenheiro agrícola e consultor, Glauberto Moderno, a tecnologia da aplicação é uma ciência multidisciplinar que compreende desde o conhecimento do problema nutricional para a aplicação de fertilizantes, até os produtos fitossanitários, patologia, passando pela entomologia e fitopatologia.
Essa ciência abrange também o conhecimento das condições climáticas, que podem ser favoráveis ou não às aplicações, e ainda o domínio sobre os equipamentos de pulverização. “Para o preparo da mistura é fundamental o conhecimento em química e física. Esse conceito linear de cada um dos sistemas, está ligado aos procedimentos operacionais, as decisões, e aos processos, que chamamos de aplicação, que envolve desde a regulagem até a calibração dos equipamentos”, destaca Moderno.
Segundo o consultor, os agricultores entendem a importância da tecnologia da aplicação, mas grande parte deles não aplica os conhecimentos adquiridos na prática do dia-a-dia “O primeiro desafio é garantir a correta capacitação dos profissionais envolvidos na aplicação, o segundo, é entender a influência das condições climática sobre a aplicação. Por último, é essencial que o agricultor faça a gestão das aplicações, garantindo que o conhecimento técnico adquirido seja aplicado no campo”, diz o especialista.
Para expandir os conhecimentos sobre a tecnologia da aplicação, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS – Campus de Chapadão do Sul) e em parceria com a FEPAF (Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais), realizaram, de 09 a 11 de setembro, em Campo Grande/MS, o IX Sintag – Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação.
O tema de 2019 foi “Evolução Recente e Inovações Tecnológicas”. O objetivo do evento é estimular discussões entre a academia, os produtores e as empresas a cerca dos problemas enfrentados no campo, ligados à aplicação de agroquímicos, além de apresentar novas tecnologias e pesquisas voltadas à tecnologia de aplicação. De acordo com Ana Maria Bonatti – coordenadora do departamento Técnico da Ubyfol, empresa patrocinadora e apoiadora do evento, o Sintag é o maior evento técnico-científico da tecnologia de aplicação.
Mais de 400 pessoas, entre elas, especialistas, pesquisadores, professores, agricultores e membros de empresas estiveram presentes durante os três dias de evento, debatendo sobre temas como desafio do uso de Dicamba no Brasil, legislação brasileira sobre aviação agrícola, uso de drones nas aplicações de agroquímicos, entre outros.
O evento também abriu a oportunidade para os patrocinadores abordarem sobre temas livres durante a grade de palestras. “Na oportunidade, apresentamos alguns dados sobre a nossa empresa e o mercado que atuamos, focando principalmente nas ações e processos voltados ao controle de qualidade, como, por exemplo, a nossa certificação ISO9001. Também foram apresentadas algumas das iniciativas que a Ubyfol desenvolveu para oferecer suporte aos clientes e parceiros no uso correto de nossos produtos, além das capacitações técnicas para a equipe comercial e clientes. Por fim, trouxemos alguns dos resultados recentes de pesquisa do nosso adjuvante multifuncional Disperse Ultra”, relata Bonatti.
Preocupada em levar aos agricultores produtos que contribuam com a produtividade na lavoura, a Ubyfol, multinacional brasileira que desenvolve fertilizantes especiais, está finalizando um estudo em parceria com a Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). A pesquisa foi realizada pelo Núcleo de Investigação e Tecnologia de Aplicação da instituição, coordenada pelo Professor Rone Batista, doutor na área, e com colaboração do docente Valdir Lopes. O objetivo do trabalho foi validar a eficiência do adjuvante Disperse Ultra associado com agroquímicos.
Iniciada em agosto de 2018, a pesquisa incialmente avaliou as características físicas e químicas do adjuvante, bem como o comportamento do mesmo utilizando diferentes doses. Segundo o coordenador do estudo, foi identificado que a dose recomendada pela empresa está dentro do ideal, considerando a performance do produto. “Posteriormente fizemos estudos do Disperse Ultra com diferentes misturas de tanque, aplicadas nas culturas de soja, milho e cana-de-açúcar, e identificamos que na maioria delas o produto apresenta performance positiva”, destacou Batista.
Ainda segundo Batista, algo que chamou a atenção foi o fato de o produto atuar positivamente no controle de deriva, mas também no espalhamento. De maneira geral, os surfactantes que reduzem a tensão superficial e aumentam o espalhamento, não têm boa característica de redução de deriva. Já o Disperse Ultra apresentou essas duas características. “Essa é uma funcionalidade interessante e desejável no mercado”, acrescentou.
A pesquisa apontou ainda que em situações de aplicações em condições mais desfavoráveis e estressantes, o produto apresentou bom resultado nas pulverizações. “No geral, podemos constatar que ele amplia o ângulo de contato da gota com a superfície foliar, aumentando consideravelmente o espalhamento, estando apto a ser utilizado com diferentes combinações de misturas”, disse Batista.
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