Soluções sustentáveis para problemas antigos no campo

20.05.2009 | 20:59 (UTC -3)

Trabalhos vencedores do Prêmio Agroambiental Monsanto provam que é possível reduzir os impactos ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores sem diminuir a produtividade.

Controle biológico das pragas da soja usando uma espécie de vespa microscópica, manejo integrado de pragas de solo na cultura da cana-de-açúcar e sugestões para criação de uma Justiça Agrária sistematizada. Essas soluções sustentáveis para o agronegócio nacional, que, em princípio, parecem longe de serem discutidas e alcançadas, foram temas dos três trabalhos vencedores, em diferentes categorias, do Prêmio Agroambiental Monsanto. A iniciativa foi organizada pela Monsanto com o objetivo de reunir e estimular o desenvolvimento de propostas sustentáveis para a agricultura, inéditas no Brasil e não usadas comercialmente.

A pesquisadora Regiane de Freitas Bueno descobriu que a vespa Trichogramma Prestiosum tem potencial para se tornar um eficaz instrumento para controle biológico de dois tipos de lagartas que atacam as lavouras de soja na região Centro-Oeste – a lagarta falsa-medideira e a lagarta-da-soja. O trabalho “Bases Biológicas para a Utilização de Trichogramma Pretiosum para Controle de Lagartas em Soja” foi iniciado por Regiane no programa de doutorado da Esalq e teve parte de suas pesquisas desenvolvidas nos laboratórios da Embrapa Arroz e Fei-jão, em Goiás, em parceria com a instituição de ensino.

Graças à pesquisa, vencedora do Prêmio Agroambiental Monsanto na categoria ‘pesquisador’, é possível desenvolver técnicas para o manejo integrado, usando inimigos naturais dos insetos-pragas em soja. “Dessa forma, não há dano ao meio ambiente, já que a vespa se desenvolve no ovo da lagarta, sendo inofensiva a outros insetos”, explica Regiane. Além do que gera um menor impacto ambiental, o controle biológico garante melhor qualidade de vida aos trabalhadores rurais, pois cai o risco de contaminação.

Manejo inteligente

“Manejo Integrado de Pragas de Solo na Cultura da Cana-de-Açúcar”, projeto do estudante do curso de Ciências Biológicas das Faculdades Integradas de Ourinhos (SP) Marcus Vinícius Lopes, também propõe o manejo integrado para o combate de pragas de solo. Com o MIP, que une manejo físico por meio do controle biológico ou químico, pretende-se diminuir as quantidades de inseticida na lavoura. Durante o trabalho que desenvolvia em uma usina no interior de São Paulo, Lopes conduziu o estudo de uma área produtiva por 12 anos. A iniciativa ofereceu os parâmetros necessários para a avaliação e controle da população de insetos considerados pragas e conquistou o primeiro lugar na categoria ‘estudante - modalidade técnica’.

“Nesses 12 anos, reduzimos o uso de defensivos agrícolas. No período, não foi necessário aplicar inseticida em 75% da área, o que representa uma economia em torno de R$ 4 milhões”, afirma Lopes. Mais um exemplo de que é possível minimizar o impacto ambiental e ampliar a sustentabilidade agrícola reduzindo os custos de produção sem afetar a produtividade.

Intenções responsáveis

Mas não é apenas para os problemas que atingem as lavouras que a agricultura brasileira precisa de soluções. Drielle Fazzani Fróes, estudante de Direito da Faculdade Direito de Bauru – Instituição Toledo de Ensino, propõe uma discussão sobre a aplicação do Direito na atividade agrícola por meio da criação de uma Justiça Agrária sistematizada, que incluiria a instituição de um Tribunal Superior Agrário, de Tribunais Regionais e de Juntas de Conciliação, para solucionar conflitos. O artigo “Semeando o Direito: uma Nova Visão de Justiça no Campo”, vencedor da categoria ‘estudante – modalidade comuni-cação’ do Prêmio Agroambiental Monsanto, expõe os pon-tos, contribui para o aprimoramento da segurança jurídica no setor agrícola e dos procedimentos de gestão ambiental.

A estudante elogiou a iniciativa da Monsanto em promover o Prêmio Agroambiental. “Trata-se de uma oportunidade inovadora e que dá chances do conhecimento do mundo acadêmico atravessar barreiras e ser absorvido pela sociedade”, afirmou Drielle, que ainda não decidiu o que fará com o prêmio. “Contamos com a vontade pública para que o projeto vá para frente”, torce Vanderlei Ferreira de Lima, orientador do projeto.

Fonte: Monsanto -

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