Sustentabilidade e tecnologia no agronegócio brasileiro são os temas destacados pela Embrapa no V Fórum Abisolo
O segmento nacional de fertilizantes especiais, que produz fertilizantes orgânicos, organominerais, biofertilizantes, condicionadores de solo e substratos para plantas vem crescendo, em média, 15% ao ano, conforme informou ontem a diretoria da Abisolo, presidida pelo empresário Roberto Levrero, durante entrevista coletiva no V Fórum promovido pela entidade, paralelamente à Fertishow, em Ribeirão Preto (SP), entre 21 e 23 de agosto.
O setor representado pela Abisolo fatura cerca de R$ 3 bilhões por ano e emprega mais de 12 mil pessoas. Estima-se existirem cerca de 300 empresas no mercado, a quase totalidade de capitais nacionais das quais 68 são associadas da Abisolo e que representam 80% do montante de negócios setoriais. Do total de fertilizantes consumidos no País - cerca de30 milhões de toneladas de NPK e outros - o segmento da Abisolo representa 10% do mercado.
Apesar de composto na quase totalidade por empresas de capital nacional, já há ameaça de entrada de capitais estrangeiros no segmento. Muitas empresas estão se preparando para enfrentar forte concorrência externa, através de investimentos expressivos em desenvolvimento tecnológico e inovação e também através de fusões e incorporações entre as empresas brasileiras.
A desoneração dos produtos constitui um dos objetivos prioritários da associação. Para seus dirigentes, a “guerra fiscal” entre os Estados brasileiros causam impacto nos custos e nos preços desses insumos, considerados vitais pelos técnicos e por produtores rurais para o incremento da produtividade no campo. Para o presidente Levrero, a linha de produtos do setor é extensa e complexa. A dificuldade para adoção de novos produtos é restrita pelos marcos regulatórios.
Mesmo assim, já houve conquistas como a incorporação na política nacional de resíduos sólidos, o programa da Agricultura de Baixo Carbono, o convênio com a Embrapa, o projeto alíquota zero do PIS/Confins para micronutrientes, o projeto de regulamentação dos biofertilizantes, as revisões das instruções normativas do MAPA e o desenvolvimento das estatísticas mercadológicas, conforme acentuou Levrero na coletiva de imprensa.
Mas outras ações importantes precisam ser implementadas, disse ele, como maior difusão junto aos técnicos agrícolas, meios acadêmicos e aos próprios produtores rurais sobre os eficazes efeitos que os fertilizantes especiais causam às lavouras. Bem como conscientizar os empresários a investir mais em tecnologia e inovação para se manterem competitivos e oferecem produtos de alta qualidade. “Já há empresas brasileiras que investem até 5% de seu faturamento em pesquisa e inovação tecnológica”, dizem os dirigentes da Abisolo. E manter parcerias dentro e fora do País para a evolução técnica e estratégica do setor junto aos mais variados segmentos interessados nessa atividade de grande interesse do agronegócio brasileiro.
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