RS Safra 2025/26: baixa umidade pressiona lavouras

Falta de chuvas limita semeadura, causa estresse hídrico e afeta fases reprodutivas

05.12.2025 | 08:13 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações da Emater/RS

A semeadura das principais culturas de verão avança de forma lenta no Rio Grande do Sul. A redução acentuada das chuvas na segunda quinzena de novembro limita o ritmo do plantio e restringe o desenvolvimento inicial das lavouras. Soja, milho, arroz e feijão operam sob déficit hídrico em diferentes regiões e expõem risco crescente para o estabelecimento das áreas na safra 2025/2026. As informações são da Emater/RS.

Soja

A soja alcança 74% da área prevista. A baixa umidade superficial do solo impede continuidade do plantio em grande parte das regiões produtoras. Áreas de maior altitude mantêm avanço moderado por registrarem menor evapotranspiração. A soja emergida cresce de forma lenta, mas sem mortalidade. O estande mantém-se satisfatório onde o plantio ocorreu com umidade adequada. A cultura segue nas fases vegetativas, sem registro de problemas fitossanitários relevantes.

Regiões como Bagé, Ijuí, Frederico Westphalen, Passo Fundo e Pelotas paralisam o plantio por falta de umidade. Nas áreas emergidas, o quadro geral indica bom estande e ausência de anormalidades sanitárias. O preço médio estadual da soja sobe 0,63%, para R$ 126,82 a saca de 60 kg.

Milho

O milho tem 89% da área implantada. A redução das chuvas interrompe a semeadura e provoca estresse hídrico. O problema atinge sobretudo lavouras em floração e início de enchimento, fases mais sensíveis ao déficit de água. A escassez hídrica provoca murchamento, enrolamento foliar e senescência basal em solos rasos ou com menor retenção. Áreas com maior matéria orgânica demonstram resistência ao estresse. A presença de cigarrinha-do-milho ocorre de forma pontual e segue sob controle.

Regiões como Ijuí, Frederico Westphalen e Santa Rosa relatam intensificação do estresse hídrico e risco de queda produtiva. Áreas irrigadas mantêm desempenho superior. O preço médio pago ao produtor sobe 0,80%, para R$ 62,68 por saca de 60 kg.

Arroz

A semeadura do arroz irrigado entra na fase final, favorecida pelo tempo seco. A falta de chuvas aumenta a demanda hídrica para formação da lâmina de irrigação e retarda a estabilização do manejo. Lavouras bem irrigadas apresentam bom desenvolvimento vegetativo. Áreas implantadas tardiamente mostram emergência levemente desuniforme devido ao déficit hídrico inicial.

Produtores podem reduzir área por limitações de crédito e queda de preços. O valor médio estadual do arroz registra variação positiva mínima, para R$ 54,70 a saca de 50 kg.

Feijão de 1ª safra

O feijão estabiliza a semeadura em 60% da área. As lavouras avançam no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo, mas sofrem impacto direto da falta de umidade. O estresse hídrico provoca redução de crescimento, queda de flores e menor pegamento de vagens, sobretudo nas áreas em florescimento e início de enchimento. Regiões como Noroeste Colonial já observam redução no tamanho dos grãos.

A situação fitossanitária mantém-se adequada. Há monitoramento contínuo de tripes e ácaros, que prosperam em clima seco, configurando o principal sinal de pressão sanitária. O preço médio estadual cai 0,16%, para R$ 111,25 a saca de 60 kg.

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