Resistência de Diabrotica virgifera preocupa nos EUA

Estudo mostra que resistência à proteína Bt compromete também cultivos transgênicos com RNA interferente

24.09.2025 | 08:19 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Rosemary Brandt
<i>Diabrotica virgifera virgifera</i> - Foto: Scott Bauer, USDA
Diabrotica virgifera virgifera - Foto: Scott Bauer, USDA

Pesquisadores da Universidade do Arizona alertam para o risco de colapso da mais nova tecnologia de controle contra de Diabrotica virgifera virgifera. A resistência da praga às proteínas Bt compromete a eficácia das cultivares que combinam essas proteínas com RNA interferente (RNAi).

Seu estudo analisou dados de campo de 12 pesquisas entre 2005 e 2023, com milhões de insetos avaliados em diferentes regiões do Cinturão do Milho. A pesquisa incluiu também dados sobre Diabrotica barberi, outra espécie relevante.

Segundo Bruce Tabashnik, autor principal, o milho Bt, lançado em 2003 com proteínas como Cry3Bb e Gpp34/Tpp35Ab, teve desempenho inicial promissor. Mas o uso contínuo sem manejo adequado levou à seleção de indivíduos resistentes por meio da pressão evolutiva.

Combate à resistência

Para tentar conter a resistência, a indústria adotou cultivares “piramidadas”, que expressam duas proteínas Bt. A lógica era simples: se a praga sobrevivesse a uma proteína, seria eliminada pela outra. No entanto, D. v. virgifera evoluiu resistência a ambas.

Em 2022, foi introduzida uma nova arma: o RNAi, com o gene DvSnf7. Essa tecnologia interfere na expressão gênica do inseto, levando à sua morte. Embora o alvo molecular do RNAi seja distinto do das proteínas Bt, a proteção conjunta se mostrou fragilizada em populações já resistentes ao Bt.

<i>Diabrotica virgifera virgifera</i> - Foto: David Cappaert, Bugwood
Diabrotica virgifera virgifera - Foto: David Cappaert, Bugwood

A consequência é o aumento da injúria radicular e a emergência de adultos, mesmo em lavouras que usam as tecnologias combinadas. Isso reduz a produtividade e reforça o impacto econômico da praga, conhecida como “inseto bilionário”. Estima-se que D. v. virgifera cause perdas anuais de US$ 2 bilhões em produtividade e exija outros US$ 1 bilhão em controle nos Estados Unidos.

Os pesquisadores recomendam práticas de manejo integrado de pragas. Entre elas, rotação de culturas, uso de cultivares convencionais como refúgio e adoção de tecnologias altamente eficazes e diversificadas. O objetivo é desacelerar a seleção natural de resistência.

Outras informações em doi.org/10.1073/pnas.2518683122

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