Produção de algodão cresce no Brasil, aponta USDA

Relatório do Departamento de Agricultura dos EUA mostra avanço da colheita

04.09.2025 | 07:47 (UTC -3)
Revista Cultivar

A colheita de algodão no Brasil está na reta final e evolui de forma positiva, segundo o relatório "Cotton and Products Update" divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Apesar de atrasos pontuais, o progresso da safra tem sido satisfatório, com apoio de condições climáticas favoráveis no fim do ciclo e avanços no manejo agrícola.

De acordo com o USDA, a produção da safra 2024/25 (ano comercial 2025/26) foi revisada para 18,1 milhões de fardos (3,94 milhões de toneladas), um aumento de 6,5% em relação ao ciclo anterior. A área plantada atingiu 2,1 milhões de hectares, crescimento de quase 8%. A produtividade média nacional, porém, caiu 1,36%, ficando em 1.877 kg/ha. O relatório atribui essa queda ao clima instável nos primeiros meses de 2025.

Mato Grosso, principal produtor nacional, teve colheita acelerada e boa qualidade da fibra. Em Goiás, o rendimento médio foi mantido por bons resultados no sul do estado, mesmo com adversidades em outras regiões. Minas Gerais enfrentou seca durante o período crítico da lavoura. Mato Grosso do Sul registrou bom desempenho geral, embora haja incertezas quanto à qualidade da fibra devido às chuvas e ao frio em junho e julho.

No MATOPIBA, Maranhão e Piauí apresentaram altos rendimentos. O Tocantins colheu metade da área até agosto, com boas perspectivas. Na Bahia, houve queda na produtividade, mas melhora na qualidade da fibra devido ao uso de tecnologias como genética aprimorada e reguladores de crescimento.

O USDA também destaca o avanço das exportações brasileiras. A projeção para o ciclo 2024/25 é de 13 milhões de fardos (2,8 milhões de toneladas), com expectativa de alcançar 14,1 milhões de fardos em 2025/26. A China, principal destino no ano anterior, reduziu as importações em 65%. O Brasil compensou a queda com aumento expressivo nas vendas para Paquistão (+200%), Turquia (+59%), Bangladesh (+46%) e Vietnã (+36%).

O consumo doméstico de algodão deve chegar a 3,5 milhões de fardos (762 mil toneladas) em 2025/26, segundo o USDA. A previsão representa aumento de 3% em relação ao ciclo anterior. O relatório indica que, embora o cenário econômico esteja levemente mais favorável, o crescimento do consumo interno segue limitado por fatores como inflação e poder de compra.

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