Porto de Antonina realiza primeira exportação de açúcar VHP a granel

O açúcar produzido em São Paulo tem como destino à Venezuela

15.08.2023 | 13:55 (UTC -3)
Ceres Battistelli, edição Cultivar
Foto: divulgação
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O Porto de Antonina, localizado no Litoral do Paraná, acaba de concluir a primeira exportação de açúcar a granel já realizada no terminal. Ao todo,foram exportadas 16 mil toneladas de açúcar VHP (Very High Polarization) produzido no estado de São Paulo com destino à Venezuela. A produtividade no carregamento do navio Irvine Bay - foi de um 457 toneladas/hora e aproximadamente 11 mil toneladas/dia.

O açúcar VHP é o açúcar bruto, menos úmido e ainda com a camada de mel que cobre o cristal do açúcar, por isso sua cor assemelha-se a do mel. Ele ainda é usado como matéria-prima para o tipo refinado que é conhecido e comercializado em supermercados em todo o mundo.

Um dos principais atrativos da operação fica para o tempo de operação, por não ter fila de atracação. De acordo com o presidente do Porto Ponta do Félix, Gilberto Birkhan, as metas de produtividade superaram as expectativas. "Mais uma carga para o portfólio do Porto Ponta do Félix, reforçando o seu diferencial como terminal para cargas customizadas no Brasil", afirma.  

Brasil reivindica volta como maior produtor global de açúcar

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a produção de cana-de-açúcar na safra 2023/24 deverá crescer 4,4% em relação ao ciclo 2022/23, uma estimativa de 637,1 milhões de toneladas. O incremento é influenciado tanto pelo melhor rendimento das lavouras como pela maior área destinada ao cultivo da cultura. Para área, a estatal espera que sejam destinados 8,4 milhões de hectares de cana para a colheita, com um rendimento médio de 75.751 quilos por hectare.

No Sudeste, principal região produtora, o volume colhido deverá aumentar em 4,4%, quando se compara à safra 2022/23, podendo chegar a 404,71 milhões de toneladas. Destaque para São Paulo, onde as lavouras tendem a apresentar melhora na produtividade de 2,9%, e Minas Gerais, estado em que é esperado não só a melhora no rendimento do campo, mas também ampliação na área destinada para a cultura.

Com tamanha produção de açúcar, o Brasil deverá reivindicar de volta a sua condição de maior produtor global, que chegou a estar com os indianos após uma quebra de safra histórica em 2021/22.

"A grande vantagem da indústria brasileira é de se adaptar ao preço do produto final, graças ao modelo de combustão veicular (carros flex). A safra 2021/22 foi muito difícil em termos de volume total de cana disponível, mas o principal fator para alterarmos a posição de maior produtor de açúcar mundial com a Índia se deve ao fato de termos a habilidade para mudarmos o mix de produção entre açúcar e etanol", afirma o Diretor Presidente da ED&F, Rodrigo Ostanello.

Ele explica que as principais regiões deficitárias de açúcar no mundo são a África e Mediterrâneo e o extremo Oriente, que possuem dois mercados bem distintos: um que consome açúcar ensacado, pronto para consumo, e outros formados por refinarias que recebem o açúcar a granel para transformá-lo em açúcar refinado ou cristal. No caso da Venezuela, há um acordo bi-lateral entre países, caracterizando o destino como especial.

Novos investimentos

Ao longo dos próximos meses, o Porto Ponta do Félix também contará com novos armazéns, que possibilitam o aumento de 85% da capacidade de armazenagem, passando de 280 mil toneladas para 520 mil toneladas, de forma gradativa.

Neste início de ano, o Porto também completou os investimentos em novas defensas marítimas, equipamentos que proporcionam mais segurança durante a atracação dos navios. As defensas servem para amortecer o impacto resultante do encontro entre um navio e a estrutura de atracação, reduzindo os riscos de avarias.

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