Como fazer o correto manejo de resistência em cultivares Bt
Observar áreas de refúgio, uso de inseticidas não Bt, tratamento de sementes e de aplicações na parte aérea fazem parte das alternativas para manejo
A quantidade de aplicações de fungicidas para o controle de pinta preta pode ser estabelecida de acordo com a variedade da laranja e a idade do pomar, medida que colabora para um manejo mais econômico e sustentável.
Estas são as principais conclusões de um amplo estudo realizado pelo Fundecitrus, que avaliou o número de aplicações de fungicidas e o período de controle da doença nas variedades de laranja Hamlin (precoce), Pera (meia-estação) e Valência (tardia) durante as safras 2016/2017 e 2018/2019.
O experimento foi realizado em 12 pomares de sete a 24 anos de idade, em fazendas localizadas nas regiões de Matão e Casa Branca. As plantas receberam de uma a sete aplicações, que representaram, respectivamente, períodos de controle médios de 30, 60, 100, 140, 180, 220 e 260 dias.
As duas primeiras aplicações foram feitas com oxicloreto de cobre, na dose de 40-50 mg de cobre metálico/m³ de copa, de outubro a novembro, e as demais aplicações foram feitas com estrobilurina (piraclostrobina), na dose de 2,8 mg de ativo/m³ de copa, acrescida de óleo mineral (0,25%), de dezembro a maio. Plantas não protegidas com fungicidas foram utilizadas como testemunhas. Os sintomas de pinta preta e a queda de frutos foram avaliados nos 12 pomares.
“Antes dessa pesquisa, as aplicações de fungicidas para o controle da pinta preta se iniciavam em setembro/outubro [queda de pétalas] e se encerravam geralmente em março/abril [fim das chuvas], com recomendação de período de controle médio variando, geralmente, de 180 a 220 dias. Porém, os resultados obtidos mostram que o controle pode ser ajustado em função da variedade e da idade do pomar”, esclarece o pesquisador do Fundecitrus Geraldo Silva Jr.
Embora as aplicações em pomares de Hamlin tenham reduzido os sintomas de pinta preta, a severidade da doença foi baixa (<1,5%) e a queda de frutos não foi afetada. O mesmo foi observado nos pomares de Pera com oito a 13 anos. Já nos pomares de Valência com dez a 12 anos, o período de controle por pelo menos 140 dias reduziu ao máximo a queda de frutos (veja no esquema abaixo). Portanto, a adoção do programa convencional de controle da pinta preta em pomares mais novos de variedades colhidas mais precocemente, apesar de reduzir os sintomas, pode não resultar em retorno financeiro se a fruta for destinada ao processamento de suco.
Período de controle eficiente para redução da doença e influência na queda de frutos em função da variedade e idade do pomar:
A recomendação de manejo convencional de pinta preta, com período de controle de 180 a 220 dias, se mostra fundamental em pomares mais velhos, principalmente de variedades colhidas mais tardiamente
Por outro lado, os pomares de Pera e Valência com 22 a 24 anos foram mais afetados, com severidade superior a 3% em plantas não protegidas. O aumento do período de controle esteve relacionado com a redução dos sintomas da doença. A queda de frutos foi reduzida com proteção por, pelo menos, 140 a 180 dias (de outubro a março/abril). “Nesses pomares mais velhos e de variedades mais tardias, o acúmulo do fungo e a permanência dos frutos por longos períodos na copa favorecem a expressão dos sintomas e o aumento da queda dos frutos”, explica Silva Jr.
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