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Pesquisadores do Laboratório de Produtos Naturais (LPN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) apresentaram avanços no enfrentamento ao greening. Seus estudos propõem estratégias para diagnóstico precoce, controle do inseto vetor e previsão da propagação com base no clima.
O greening – também chamado de Huanglongbing (HLB) – já afeta quase metade dos pomares em São Paulo e Minas Gerais, segundo estudo recente. Causada pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus e transmitida pelo psilídeo-asiático (Diaphorina citri), a doença ainda não tem cura e impõe grandes perdas econômicas.
Uma das pesquisas investigou como plantas cítricas reagem à infecção. A doutoranda Jéssica Cristina Amaral, orientada pela professora Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva, analisou metabólitos secundários produzidos pelas plantas.
A presença de compostos como xantiletina e seselina – da classe das piranocumarinas – aumentou nas raízes infectadas. Essas substâncias, com propriedades antimicrobianas conhecidas, podem ter papel ativo na defesa contra a bactéria. A detecção precoce desses metabólitos pode servir de base para novos métodos diagnósticos e melhoramento genético.
Outro estudo, de 2016, analisou óleos essenciais de 22 genótipos de citros cultivados no Brasil. Os testes com olfatômetro mediram a atração ou repulsão de psilídeos diante de diferentes aromas. O jasmim-laranja (Murraya paniculata), planta hospedeira do inseto, atraiu mais de 70% dos indivíduos. Já os genótipos menos atrativos apresentaram compostos como fitol, (Z)-β-ocimeno e β-elemene. A hipótese é que essas substâncias atuem como repelentes naturais.
A equipe também desenvolveu um modelo estatístico para prever a disseminação do greening com base em fatores climáticos. A pesquisa, feita em parceria com o Fundecitrus, a Unifesp, o CNPq e a Fapesp, permite identificar momentos e regiões de maior risco.
O sistema considera variações de temperatura, umidade e chuvas. Isso possibilita ações preventivas, como aplicação de defensivos ou remoção de plantas infectadas, com base na previsão do tempo.
O modelo pode ser adaptado para outras regiões citrícolas, como Estados Unidos, México, China e países da Europa. A proposta não substitui práticas já usadas no campo, mas amplia a precisão das decisões.
Os resultados foram publicados nas revistas Infectious Disease Modelling (doi.org/10.1016/j.idm.2024.09.005) e Molecules (doi.org/10.3390/molecules21060814), além da tese de doutorado de Amaral, disponível no Repositório Institucional da UFSCar ("Alteração no metaboloma e na expressão gênica na via da biossíntese de piranocumarinas em Citrus sinensis x Citrus limonia em resposta ao Huanglongbing").
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