Inverno favorece frutíferas de clima temperado no RS

Boletim da Seapi aponta acúmulo satisfatório de horas de frio e chuvas acima da média, sem impacto significativo nas lavouras

16.09.2025 | 16:36 (UTC -3)
Secretaria de Agricultura, edição Revista Cultivar
Foto: Fernando Dias
Foto: Fernando Dias

As condições climáticas registradas no inverno de 2025 foram consideradas favoráveis para o desenvolvimento de frutíferas de clima temperado no Rio Grande do Sul. O Comunicado Agrometeorológico nº 90, elaborado pela Secretaria da Agricultura do Estado (Seapi-RS), destaca que o acúmulo de horas de frio entre maio e agosto ficou dentro ou acima da média histórica, fator essencial para a quebra de dormência das plantas.

Em Veranópolis, referência na produção de uvas e outras frutas temperadas, o acumulado no período chegou a 367 horas de frio – temperaturas iguais ou inferiores a 7,2 °C. “Todos os meses apresentaram valores médios ou acima da média. Esse cenário favorece a quebra de dormência das gemas e garante brotação e frutificação mais uniformes, resultando em bom potencial produtivo”, explica a pesquisadora Loana Cardoso, uma das autoras do estudo.

Chuvas acima da média

No mesmo período, as redes Simagro-RS e Inmet registraram volumes de chuva superiores à média na região Centro-Sul, variando entre 200 e 300 milímetros. Apesar do excesso, não houve prejuízos significativos para a agricultura.

“Os registros de alagamentos e enchentes ficaram restritos a áreas urbanas de municípios como São Lourenço do Sul e Santa Maria, sem reflexos relevantes sobre as lavouras”, observa Loana.

Geadas em destaque

O levantamento contabilizou 61 geadas no estado entre maio e agosto, a maior parte delas em junho (52,5%) e de intensidade forte (62%). “Climatologicamente, julho costuma ser o mês com maior ocorrência, mas neste ano o frio se concentrou mais cedo. Para culturas de inverno, como o trigo, isso pode ser positivo, já que o frio no início do ciclo estimula o perfilhamento e aumenta o potencial produtivo”, detalha a pesquisadora.

Na canola, entretanto, geadas registradas na primeira semana de julho coincidiram com a fase de floração em algumas lavouras. “Esse fator pode ter impactado a produtividade, embora ainda não haja quantificação dos danos”, acrescenta Loana.

Monitoramento mensal

Produzido pelo grupo de Agrometeorologia do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/Seapi), o Comunicado Agrometeorológico é publicado mensalmente e reúne dados das estações do Simagro e do Inmet. Além das condições meteorológicas, a publicação traz análises sobre os impactos do clima nas principais culturas agrícolas e na pecuária gaúcha.

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