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Uma nova espécie de inseto foi descoberta no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata de Minas Gerais. Batizada de Guaranyperla puri, a nova espécie pertence à família Gripopterygidae e foi nomeada em homenagem ao povo indígena Puri, tradicional habitante da região onde foi encontrada.
A identificação é resultado de análises morfológicas de exemplares coletados no parque, com destaque para os padrões de coloração, a estrutura das asas e, também, a terminália do adulto (sistema reprodutivo), que a diferencia de outras espécies conhecidas. O adulto da Guaranyperla puri mede cerca de 12 milímetros, enquanto a ninfa (o estágio imaturo) possui aproximadamente 8 milímetros de comprimento.
Trata-se de um inseto com ciclo de vida peculiar: na fase imatura, a ninfa vive dentro da água, passando por transformações até o momento da muda, quando desenvolve asas, sistema reprodutivo e migra para o ambiente terrestre, iniciando então sua fase adulta. Esse tipo de metamorfose ressalta a complexidade dos ecossistemas aquáticos e terrestres presentes na Serra do Brigadeiro.
A descrição científica da espécie seguiu os critérios da nomenclatura zoológica internacional, consolidando a descoberta como uma importante contribuição para o conhecimento da fauna brasileira.
Para a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, Marília Melo, a descoberta da nova espécie reforça o papel das unidades de conservação. Luís Henrique de Mattos Lopes, gerente do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, também destacou que a descoberta de novas espécies em áreas protegidas é essencial para o entendimento dos ecossistemas e suas interações.
“Isso pode influenciar diretamente estratégias de conservação, priorizando habitats ameaçados, além de abrir caminhos para inovações na ciência, agricultura e medicina”, afirmou.
A Guaranyperla puri foi identificada em estudos de doutorado conduzidos pela pesquisadora Mellis Layra Soares Rippel (na foto acima), no Programa de Pós-Graduação em Entomologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), com pesquisas realizadas pelo Laboratório do Museu de Entomologia da instituição. Mellis é uma das autoras do artigo científico sobre a espécie e relembra o momento da descoberta com entusiasmo.
"Quando analisamos os exemplares, tanto do ponto de vista morfológico quanto molecular, percebemos que estávamos diante de uma espécie nova. Isso indica que o parque ainda mantém um grau elevado de preservação ambiental e reforça sua importância científica", concluiu a pesquisadora.
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