Mercado do milho no Mato Grosso do Sul desperta preocupação por conta do clima

Pode-se observar uma redução no preço médio da saca de milho, que durante a última semana registrou uma queda de 3,13%, chegando a R$ 67,69 a média da saca no estado

21.07.2022 | 14:05 (UTC -3)
Vinicius Macedo
Pode-se observar uma redução no preço médio da saca de milho, que durante a última semana registrou uma queda de 3,13%, chegando a R$ 67,69 a média da saca no estado. - Foto: Wenderson Araujo/CNA
Pode-se observar uma redução no preço médio da saca de milho, que durante a última semana registrou uma queda de 3,13%, chegando a R$ 67,69 a média da saca no estado. - Foto: Wenderson Araujo/CNA

Para o mercado do milho no Mato Grosso do Sul, o clima desperta preocupação devido a atuação de uma intensa massa de ar seco marcada pela passagem de uma frente fria nos dias 12 e 13 de julho, segundo a análise de Sandro Ramos, da Tarken, agritech brasileira que oferece um marketplace para trading de grãos.

Para ele, isso resultou em uma elevada amplitude térmica e baixos valores de umidade relativa do ar. “Essas condições elevam a evapotranspiração da planta, o que ocasiona perdas significativas de água, podendo prejudicar a colheita, caso ainda se encontre em período de enchimento de grãos”, explica o especialista.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul divulgou seu Boletim indicando novas informações sobre o andamento da colheita da segunda safra de milho no estado. Estima-se que 12,2% das lavouras foram colhidas até a última sexta-feira (15/07), isso mostra um crescimento de 0,9% em relação à safra passada. Olhando para a qualidade das lavouras, os técnicos da Famasul indicaram que 80,8% da área está em boas condições, 12,8% em condições regulares e os 6,4% restantes em condições ruins.

“As condições climáticas esperadas para esse ano, somada com a baixa produtividade do ano passado, provocaram uma retração de 12,6% na área plantada da segunda safra. A expectativa era que com as geadas nos meses de maio e junho, o resultado da 2ª safra de 2020/2021 se repetiria, mas não houve tanto impacto esse ano, e a produtividade estimada se encontra em 78,13 sacas/ha, um ganho de aproximadamente 23 sacas/ha quando comparado com a produtividade registrada pelo IBGE no ano passado”, explica Sandro.

Como reflexo disso no mercado, segundo o analista, pode-se observar uma redução no preço médio da saca de milho, que durante a última semana registrou uma queda de 3,13%, chegando a R$ 67,69 a média da saca no estado. Já comparando com o ano anterior, essa retração é significativamente maior, com queda de 20,97%, comparando a média de junho deste ano com o praticado na mesma época em 2021.

“Trazendo a visão do mercado em regiões mais específicas, a cotação Tarken para milho disponível acompanhou a tendência de queda observada no estado essa última semana. Em Campo Grande o preço da saca se encontra em R$ 72,21, uma redução de 2,42% comparado à semana anterior. Em Chapadão do Sul o preço da saca se encontra em R$ 72,97, queda de 2,71%. Em Dourados essa redução foi um pouco menor, atualmente a saca se encontra a R$ 74,52 (-1,3% versus a semana passada)”, comenta o analista da Tarken.

De acordo com a agritech, até este momento, os produtores sul-mato-grossenses já negociaram 26% de toda a produção estimada da segunda safra de 2022, um índice 16 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano passado para a safrinha de 2021. Essa redução pode ser explicada pela elevada retração no preço da saca observado no mercado nesse momento.  

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