Mercado Agrícola - 26.set.2025

Cotações do feijão carioca e preto avançam com pouca oferta

26.09.2025 | 10:26 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

Nos Estados Unidos, a colheita da soja alcança 12% da área, dentro da média histórica. A ausência da China nas compras limita ganhos em Chicago. A Argentina retirou retenções sobre exportações e já fechou negócios de até 15 navios de soja, a maior parte para a China. Isso pode reduzir ainda mais a demanda pela oleaginosa norte-americana.

No Paraguai, o plantio avança rápido, com mais de 50% da área semeada. A expectativa é de safra cheia, próxima de 12 milhões de toneladas. No Brasil, os embarques de soja superaram 91,8 milhões de toneladas no acumulado do ano, contra 88,5 milhões no mesmo período de 2024. O farelo também bate recorde, com 18,3 milhões de toneladas exportadas. Mesmo assim, prêmios recuaram e o dólar não ajudou.

No mercado interno, a saca no porto caiu para R$ 134 a R$ 136, distante dos R$ 148 registrados nos melhores momentos do ano. Ainda restam 46,5 milhões de toneladas da safra nas mãos do produtor. A comercialização da safra nova está atrasada, com apenas 19,5% negociados frente à média de 27% a 28%.

Situação do milho

O milho americano está com 98% das lavouras em fase final de grão e 15% já colhido, alinhado à média histórica. No Brasil, embarques de setembro superaram 5,2 milhões de toneladas, levando o acumulado anual a quase 21 milhões. Os portos registram preços estáveis em R$ 65 a R$ 66 por saca.

O plantio da safra de verão atinge 70% da área, com expectativa de 3,8 a 4 milhões de hectares. Produtores aceleram o ritmo no Sul e no Sudeste, apostando em boa produtividade. Indústrias de etanol e ração começam a reforçar compras para formação de estoques.

Situação do trigo

No trigo, Chicago opera entre US$ 5,20 e US$ 5,70. A Rússia deve colher 10 milhões de toneladas a menos que no ano passado, o que pode dar fôlego a preços no médio prazo.

No Paraná e no Rio Grande do Sul, colheita avança com lavouras em bom estado. No mercado interno, a saca gira entre R$ 1.230 e R$ 1.270, sem grandes mudanças, já que moinhos seguem comprando volumes pontuais.

Situação do arroz

O arroz recua no Sul. No mercado gaúcho, a saca chegou a R$ 54 na fronteira oeste e R$ 58 em Uruguaiana. A comercialização está atrasada, com metade da safra ainda nas mãos dos produtores. Indústrias limitam compras diante de custos financeiros elevados. O governo oferece contratos de opção com preço de R$ 73,98 por saca como alternativa.

Situação do sorgo

O sorgo alcançou safra recorde de 6,1 milhões de toneladas. A área pode crescer até 400 mil hectares em 2026, com potencial de 7 a 8 milhões de toneladas. Indústrias de etanol e ração ampliam interesse no grão.

Situação do feijão

O feijão mostra o cenário mais aquecido. O carioca nobre já atinge R$ 280 a R$ 290 por saca, com expectativa de chegar a R$ 300 em outubro. O carioca comercial está entre R$ 210 e R$ 250. O feijão preto saltou de R$ 120 no início do mês para até R$ 170 no Paraná, maior produtor nacional, e pode encostar em R$ 200 no início de outubro. A oferta é limitada: a produção de 2025 deve girar em torno de 3 milhões de toneladas, enquanto o consumo passa de 3,1 milhões.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

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