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O mercado internacional de grãos vive expectativa. Líderes dos Estados Unidos e da China devem encontrar-se nesta semana. A possível retomada das negociações comerciais anima os traders de soja. Caso se confirme um novo acordo, os preços futuros da soja 2025/26 podem saltar para além dos 11 dólares por bushel em Chicago.
A soja ainda apresenta fundamentos positivos. O dólar em queda dá fôlego ao mercado. O grão segue barato no exterior. Nos Estados Unidos, a colheita já chegou a 67%, próxima da média histórica de 65%. A expectativa é colher 117 milhões de toneladas, volume abaixo da safra passada, que alcançou 118,8 milhões de toneladas.
No Brasil, o plantio da safra de soja atinge 30%. O Paraná lidera com 62%. Mato Grosso do Sul tem 50%. Goiás registra 20%. Rio Grande do Sul iniciou os trabalhos. Mesmo com geadas nas Serras Gaúcha e Catarinense, não houve prejuízos. A comercialização da safra 2024/25 chegou a 75,2%, abaixo da média de 81,5%, mas com volume recorde: 129 milhões de toneladas.
As exportações brasileiras de soja somam 97,6 milhões de toneladas entre janeiro e outubro. O complexo soja (grão, farelo e óleo) embarcou 118,8 milhões de toneladas no período. O valor gerado soma US$ 2,1 bilhões, com R$ 11,2 bilhões internalizados.
O milho brasileiro segue forte no mercado externo. Em outubro, os embarques somam 3,57 milhões de toneladas. A expectativa é ultrapassar as 6,4 milhões embarcadas em outubro de 2024. No ano, as exportações alcançam 26,9 milhões de toneladas. A safrinha totalizou 113,3 milhões de toneladas, das quais 56,5% já foram vendidas. Ainda há 57,3 milhões de toneladas de milho nas mãos dos produtores.
O setor de ração, o etanol e os exportadores pressionam por compras. Isso sustenta os preços internos. Os valores nos portos variam entre R$ 64,00 e R$ 68,00 para as posições de final de 2025. O milho também garantiu US$ 850 milhões em divisas em outubro.
O trigo mantém preços contidos. A safra russa, mesmo menor que a anterior, ainda pressiona o mercado internacional. O rublo desvalorizado incentiva vendas externas. No Brasil, a colheita avança: 68% no Paraná e 5% no Rio Grande do Sul. A safra brasileira deve atingir 7,5 milhões de toneladas. A demanda interna pode chegar a 12 milhões. O preço segue entre R$ 1.100 e R$ 1.200 por tonelada. A recomendação é segurar o produto para vendas a partir de fevereiro.
O arroz enfrenta seu pior momento em décadas. O excesso de oferta pressiona preços. No Rio Grande do Sul, o valor varia de R$ 53 a R$ 60 por saca. A indústria reclama da falta de capital para estoque. Promoções no varejo giram em torno de R$ 13 a R$ 16 por pacote de 5kg. O produtor precisa vender para quitar dívidas do EGF contratadas em abril. Hoje, o arroz vale até R$ 8 a menos do que naquela época.
O plantio de arroz atinge 50% no Rio Grande do Sul e 70% em Santa Catarina. A Conab projeta safra de 11,5 milhões de toneladas, queda de até 1,5 milhão frente ao ciclo anterior. O consumo deve chegar a 11 milhões. Países vizinhos como Paraguai e Argentina também aceleram o plantio.
O feijão acumula 450 mil toneladas exportadas no ano. Em outubro, o mercado deu sinais de acomodação. Feijão carioca nobre chega a R$ 260 por saca, com oferta escassa. O feijão preto segue entre R$ 135 e R$ 160, esperando retomada da demanda no varejo. O vazio sanitário se encerrou em Goiás, liberando o plantio do feijão, que entra no mercado apenas em 2026.
O sorgo também avança. A Conab projeta 6,6 milhões de toneladas para a safra 2025/26. Produtores esperam mais de 7 milhões. O grão ganha espaço com produtividade alta, de até 150 sacas por hectare, e com boa aceitação pelos setores de ração e etanol.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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