Livro traz informações para melhorar qualidade da produção de grama
A citricultura, além de ser uma atividade economicamente importante para o Rio Grande do Sul, é uma das alternativas para diversificação da produção, em especial em pequenas propriedades rurais. Em Liberato Salzano, a cadeia da citricultura já é a principal atividade econômica do município. Diante dessa importância, há nove anos é realizada a Abertura da Safra da Citricultura, que neste ano contou com um Dia de Campo, realizado na propriedade de Jocemar Marta, na última sexta-feira (08).
A citricultura é o carro-chefe da propriedade de Jocemar Marta e família. São 13 hectares destinados à cultura. Há 18 anos eles iniciaram a atividade com apenas um hectare e foram aumentando gradativamente. “O capricho e o cuidado são fundamentais para o sucesso”, diz o produtor anfitrião do Dia de Campo. A filha de Jocemar, a agrônoma Angélica, ressalta também a necessidade da análise e correção de solo, além da adubação. Na estação apresentada pela família, eles informaram que é possível alcançar um salário de mais de R$ 8 mil apenas com essa atividade, na forma como vêm conduzindo.
Também houve uma estação sobre adubação, na qual foi ressaltada a importância da análise de solo, apresentada por profissionais da Yara, e uma estação sobre manejo do cancro cítrico e da pinta preta, as quais estão entre as maiores pragas da citricultura, apresentada por técnicos da Ihara Bras.
O técnico da Emater/RS-Ascar Valtemir Bazeggio falou sobre tecnologias de aplicação e adequação ambiental, em função dos agroquímicos. Ele falou sobre o local adequando de abastecimento do pulverizador, de armazenagem dos agrotóxicos e destino das embalagens vazias, além do uso de equipamentos de proteção individual (EPI). “Estamos alertando para que os produtores busquem orientação técnica, pois tecnologia de aplicação não é apenas o equipamento. É necessário fazer uma avaliação das culturas, ver qual é o problema, qual produto usar, qual o momento da utilização, a dosagem adequada e o equipamento”, explica. Segundo ele, fazer uso de um equipamento mal regulado ou um produto inadequado poderá acarretar na ineficiência, na contaminação do meio ambiente e no aumento do custo de produção.
Outra estação que chamou a atenção dos produtores foi a de manejo de fruta de mesa e pomares adultos, orientada pelo técnico da Emater/RS-Ascar Clair Olavo Bertussi. Ele ressaltou que o chefe do citricultor é o consumidor e que para entrar no mercado de frutas de mesa são necessários alguns cuidados. “A fruta de mesa precisa ter uma boa aparência, bom tamanho, boa coloração. Procuramos abordar as práticas necessárias para que o produtor consiga frutas com esses aspectos, como a utilização de quebra-vento nos pomares, controle de pragas e doenças nos pomares, cuidados na colheita, armazenagem e transporte, caso contrário, terá frutas destinadas apenas a indústria com valor menor”, explicou Bertussi.
O técnico da Emater/RS-Ascar Clair Bertussi também salientou que, para se manter no mercado, é preciso saber o que o comprador está querendo e ficar atento a novas espécies, citando como exemplo as frutas sem sementes. Falou ainda da necessidade de um fornecimento constante de frutas, pontualidade nas entregas, embalagem adequada e organização. “Além da comercialização de frutas frescas, temos outras alternativas de mercado como a merenda escolar, o mercado justo e também o mercado orgânico. Em termos de rentabilidade, a fruta fresca sempre foi maior e melhor do que a destinada para a indústria”, ressaltou.
Para o gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar, Jorge Buffon, a atividade da citricultura, em especial no município de Liberato Salzano, agregou-se às demais e está se apresentando como uma ótima alternativa econômica, ressaltando a já realidade da indústria no município, segundo ele, um elo importante da cadeia. Em seu pronunciamento, o prefeito de Liberato Salzano, José Krzyzanski, agradeceu a participação de todos no evento, que faz parte das comemorações de aniversário do município.
Em 1987, Liberato Salzano encontrava-se entre os dez municípios mais pobres do Estado. Hoje, a cidade já subiu mais de 80 posições no ranking. Naquele ano, houve a implantação de 18 hectares de citros. O município, que se mantinha só com o plantio de soja e milho, aderiu à citricultura. Hoje, o cultivo de frutas cítricas é atividade de extrema importância para a economia local. Segundo dados da Emater/RS-Ascar, 510 famílias mantêm um total de 1.500 hectares plantados com citros. A estimativa deste ano é que a produção alcance 30 mil toneladas.
Neste ano, 65 produtores participaram do VIII Concurso Municipal de Produtividade e de Qualidade de Pomares de Citros. O concurso vem em um crescente de participantes a cada ano. Na categoria Qualidade, alguns dos critérios de avaliação são: controle de pragas e doenças; manejo, cobertura e adubação de solo; nutrição da planta; e poda e adequação da propriedade. O vencedor na categoria Produtividade foi Adenilson Fochezatto, da Linha Dinóca, com produção de 68.725 kg. O vencedor da categoria Qualidade dos Pomares foi Edi Marcelo Pastório, da Linha Vitória, com a nota 80,33.
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