Exportação de café do Brasil cai 20% em outubro de 2025
Embarques somaram 4,141 milhões de sacas, contra 5,176 milhões aferidos no mesmo mês de 2024
A incidência do fenômeno La Niña entre outubro de 2025 e fevereiro de 2026 pode provocar alterações significativas nos padrões climáticos globais, com efeitos diretos sobre as principais commodities agrícolas. Os próximos meses provavelmente testemunharão um La Niña ativo, possivelmente permanecendo até o verão no Hemisfério Sul. Isso exigirá atenção redobrada dos mercados agrícolas, já que seus efeitos podem ser amplos e variam conforme a intensidade e a região afetada.
“Nossas análises mostram que há riscos e oportunidades importantes para produtores e exportadores. Especialmente para commodities como soja, milho, trigo, óleo de palma, cacau, açúcar e café, há pontos que precisam ser monitorados com mais atenção ao longo dos meses”, alerta Thais Italiani, Gerente de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.
A tendência de chuvas abaixo da média no sul da América do Sul — especialmente no sul do Brasil, Uruguai e Argentina — pode comprometer o desenvolvimento das lavouras de soja e milho. Já o centro-norte do Brasil deve se beneficiar de chuvas acima da média e temperaturas mais amenas.
“Em anos anteriores, como 21/22 e 22/23, vimos perdas de até 50% na produção de soja no sul do Brasil e na Argentina. O La Niña pode trazer volatilidade aos preços e afetar a dinâmica das exportações, especialmente se os impactos climáticos se intensificarem”, afirma Luiz Roque, Coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.
A região Centro-Sul do Brasil, principal produtora de cana-de-açúcar, pode enfrentar desafios durante a fase crítica de desenvolvimento da safra 26/27. Globalmente, episódios intensos de La Niña podem interromper operações de moagem na Tailândia e Indonésia.
No setor sucroalcooleiro, a intensidade do La Niña será determinante. Se for forte, pode comprometer a produtividade no Brasil e atrasar a moagem no Sudeste Asiático, com reflexos diretos na oferta global de açúcar.
No Brasil, o La Niña pode favorecer a floração do arábica e a produtividade do conilon. Já em países como Vietnã e Colômbia e na América Central, chuvas excessivas e tempestades podem prejudicar a safra 25/26.
“O La Niña pode ser benéfico para o café brasileiro, mas há riscos em outras regiões produtoras. Chuvas intensas podem atrasar colheitas e afetar a qualidade dos grãos, especialmente em países como Vietnã e Colômbia”, comenta Laleska Moda, Analista de Inteligência de Mercado na Hedgepoint.
Na África Ocidental, o aumento da umidade pode aliviar o estresse hídrico da estação seca. No Equador, por outro lado, a redução das chuvas pode comprometer a floração e afetar o excedente esperado para a temporada 25/26.
“O equilíbrio entre chuvas e sol será determinante para o desempenho da safra. O La Niña pode ser benéfico em algumas regiões e desafiador em outras, como no Equador”, destaca Carolina França, Analista de Inteligência de Mercado na Hedgepoint.
Chuvas abaixo da média e temperaturas mais altas podem afetar o desenvolvimento inicial das safras de trigo de inverno nos Estados Unidos, Europa e região do Mar Negro.
“Embora o risco de perdas substanciais seja baixo, o La Niña pode coincidir com o período de dormência das lavouras, exigindo atenção ao desenvolvimento inicial do trigo”, afirma Luiz Roque, Coordenador de Inteligência de Mercado na Hedgepoint.
Na Indonésia e Malásia, o aumento das chuvas durante a estação chuvosa pode causar inundações, afetando a colheita e a logística do óleo de palma.
De acordo com a Hedgepoint, o maior impacto do La Niña sobre o óleo de palma está na logística. Estradas alagadas podem dificultar o transporte da produção, afetando a oferta global.
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