Agro paulista registra superávit de US$ 19 bilhões em 2025

É o segundo melhor desempenho da história, segundo análise da Apta

12.11.2025 | 14:45 (UTC -3)
Caíque de Sousa, edição Revista Cultivar

Nos dez primeiros meses de 2025, o agronegócio paulista manteve um bom desempenho nas exportações, alcançando um superávit de US$ 19,07 bilhões. O saldo positivo resulta de exportações que somaram US$ 23,92 bilhões e importações de US$ 4,85 bilhões. De janeiro a outubro, o agro respondeu por 40,8% do total exportado pelo estado e por 6,6% das importações. 

Em 2024, o setor havia batido recorde histórico, impulsionado pela demanda atípica por produtos do complexo sucroalcooleiro. Mesmo em um cenário internacional menos favorável, 2025 consolida o estado de São Paulo como um dos principais polos exportadores do país.

“Este é o segundo maior superávit da história das exportações paulistas. O desempenho mostra a resiliência e a competitividade do nosso agro”, destaca o diretor da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), Carlos Nabil Ghobril.

Principais produtos exportados

O complexo sucroalcooleiro liderou a pauta do agro paulista, com 30,8% do total exportado (US$ 7,37 bilhões), sendo 92,7% de açúcar e 7,3% de etanol. Em seguida aparecem:

  • Carnes – 15,1% (US$ 3,60 bilhões), com a bovina representando 85% do total;
  • Produtos florestais – 10,3% (US$ 2,47 bilhões), com destaque para celulose (54,9%) e papel (36,2%);
  • Sucos – 10,1% (US$ 2,43 bilhões), dos quais 97,8% correspondem ao suco de laranja;
  • Complexo soja – 9,2% (US$ 2,21 bilhões), com 79% de soja em grão e 15,6% de farelo.

Esses cinco grupos representaram, juntos, 75,5% das exportações do agronegócio paulista. O café aparece na sexta posição, com US$ 1,51 bilhão (6,3% da pauta), sendo 76,5% de café verde e 19,6% de café solúvel.

Em relação ao mesmo período de 2024, destacam-se os aumentos nas vendas externas de café (+42,8%), carnes (+24,7%) e complexo soja (+0,8%), e as reduções nos grupos sucroalcooleiro (-31,3%), produtos florestais (-6,9%) e sucos (-0,8%). As variações refletem oscilações nos preços e volumes embarcados.

Principais destinos das exportações

A China manteve-se como principal destino, com 24,3% de participação, concentrando compras de soja, carnes, açúcar e produtos florestais. Na sequência aparecem a União Europeia (14,3%) e os Estados Unidos (12,2%).

Desde a adoção da tarifa de 50% pelo governo americano, em agosto, as exportações para os EUA recuaram 14,6% em agosto, 32,7% em setembro e 32,8% em outubro. Mesmo assim, o país continua sendo o terceiro maior comprador do agro paulista.

“Essa queda foi parcialmente compensada pela ampliação das vendas para China, México, Canadá, Argentina e União Europeia”, observa Ghobril.

Participação paulista no agro nacional

No cenário nacional, o agronegócio de São Paulo segue em posição de destaque, respondendo por 16,9% das exportações do setor no Brasil e ocupando o segundo lugar no ranking, logo atrás de Mato Grosso (17,3%).

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