IPCF indica momento positivo para aquisição de fertilizantes

O índice fechou agosto em 1,27, queda de quase 4% em relação ao mês anterior

10.09.2025 | 14:34 (UTC -3)
Eliane Dalpizol

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de agosto fechou em 1,27, representando uma queda de quase 4% em relação ao mês anterior. A melhora é resultado de um mês com subida de preço das commodities e queda no preço dos fertilizantes, período marcado por incertezas globais, como os impactos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e revisões sobre o balanço global de oferta e demanda de grãos.

Os fertilizantes registraram uma queda média de 1,5% nos preços, por conta de variações internacionais no balanço de oferta e demanda das principais matérias-primas e também com a proximidade do plantio no Brasil com as entregas de fertilizantes para a safra de verão. O Brasil ainda possui cerca de 10% do volume de fertilizantes esperados para serem negociados para safra de soja, praticamente todos estados do Brasil ainda apresentam saldo de mercado, com destaques para Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás sendo cada dia mais decisivo para o agricultor que ainda não adquiriu seus fertilizantes a tomada de decisão pois a janela já complexa de entregas de Setembro tende a ficar ainda mais pressionada.

As commodities agrícolas registraram alta em agosto, com destaque para a soja (4%), milho (3%) e cana-de-açúcar (4%). O algodão foi a única exceção, com queda de 4%, mas sem impacto significativo na média geral. A valorização está ligada à revisão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que reduziu os estoques globais de soja, e ao aumento da demanda chinesa voltada ao Brasil. O dólar também influenciou o IPCF, com queda de 1,5%, refletindo a cautela do mercado diante das políticas comerciais dos Estados Unidos.

Com o início do plantio da safra de verão em setembro, o principal ponto de atenção recai sobre as condições de crédito do mercado agrícola. Nos últimos meses, o setor de fertilizantes tem enfrentado gargalos relevantes, resultado do maior rigor adotado pelos canais de distribuição na liberação de pedidos, que hoje dependem de garantias integralmente formalizadas. 

Soma-se a isso um movimento de retração do mercado financeiro, decorrente das regras de provisionamento contábil estabelecidas pelas instituições financeiras, que reduziu de forma significativa o apetite para a concessão de novas linhas de crédito ao setor. Essa conjuntura tem se refletido de maneira concreta no dia a dia do campo, com produtores e distribuidores reportando maior dificuldade de acesso a financiamento. 

Diante desse cenário, torna-se imprescindível tratar o tema com máxima cautela, uma vez que a disponibilidade de crédito será determinante para assegurar o ritmo adequado das entregas de insumos nesta fase crucial da safra.

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