Inmet prevê trimestre quente e seco no Brasil

Período de agosto a outubro terá chuvas abaixo da média e déficit hídrico em diversas regiões

14.08.2025 | 16:56 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações do Inmet

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou o prognóstico agroclimático para agosto, setembro e outubro de 2025. O documento é resultado da cooperação com o Centro de Previsão de Tempo e Clima do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), e indica um trimestre mais seco e com temperaturas acima da média na maior parte do país. 

Região Norte 

Na Região Norte, são esperados volumes de chuva abaixo da média histórica para o trimestre, especialmente em Roraima, Rondônia, leste do Amazonas, sul e noroeste do Pará, Amapá e o oeste de Tocantins. As reduções deverão ser de até 30 mm em relação à climatologia. Por outro lado, no extremo noroeste do Amazonas, são previstos valores acima de 10 mm em relação à média histórica. 

Em relação às temperaturas, devem prevalecer desvios acima da média histórica em quase toda a região, com valores que variam de 1,0 ºC a 2,0 ºC acima da climatologia regional. 

O déficit hídrico deve ser superior a 100 mm no mês de agosto. O cenário demanda atenção especial ao manejo hídrico, já que pode afetar cultivos em final de ciclo, sistemas agroflorestais, pastagens e lavouras irrigadas de alta demanda hídrica. 

Região Nordeste

A previsão indica chuvas abaixo da média em áreas do Maranhão, oeste do Piauí, norte do Ceará e extremo sul da Bahia. Em contraste, o litoral leste de Alagoas, Sergipe e Pernambuco deve registrar volumes acima da média, com valores que superam 10 mm. 

As temperaturas do ar deverão permanecer acima da média histórica em todo o Nordeste, com valores entre 0,5 °C e 1,0 °C acima da média. 

O déficit hídrico se intensificará nos meses de setembro e outubro, com valores superiores a 100 mm no Maranhão, Piauí, Ceará, oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e no semiárido da Bahia. Essas condições podem limitar o desenvolvimento de culturas de sequeiro, impactar pastagens e exigir atenção especial à irrigação suplementar. 

Região Centro-Oeste

O cenário será de chuva abaixo da média em todos os estados do Centro-Oeste brasileiro, com redução de até 30 mm em relação à média histórica do período. Neste trimestre, a região está em seu período seco, o que acende um alerta para o risco de queimadas e incêndios florestais. 

As temperaturas devem permanecer acima da média em toda a região, devido à atuação persistente de massas de ar seco e quente, com valores entre 1,0°C e 2,0°C acima da média histórica.

O déficit hídrico se intensifica de forma contínua entre agosto e outubro, com valores que podem ultrapassar 100 mm em áreas do leste de Mato Grosso e oeste de Goiás. Reduções na produtividade poderão ser observadas, em decorrência da redução da disponibilidade de água no solo. 

Região Sudeste

A previsão climática indica chuvas abaixo da média histórica do período em todo o Sudeste brasileiro, com decréscimo de até 30 mm. As temperaturas tendem a permanecer acima da média histórica, principalmente no oeste de São Paulo e região do Triângulo Mineiro (MG), onde as temperaturas podem ficar até 2,0 °C acima da média. 

A deficiência hídrica tende a predominar, especialmente nos meses de setembro e outubro, com valores entre -60 mm e -130 mm no norte de Minas Gerais. 

Região Sul

A Região Sul deverá registrar chuva acima da média histórica nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como no sul do Paraná. Deverão ocorrer chuvas até 50 mm acima da média em grande parte do Rio Grande do Sul, enquando a parte central e o norte do Paraná terá chuva dentro e abaixo da média histórica. As temperaturas permanecerão acima da média em toda a região. 

O excedente hídrico deverá predominar ao longo do período. A condição é considerada favorável ao desenvolvimento de culturas de inverno, como o trigo, aveia e cevada, e contribui para o adequado crescimento vegetativo da cultura.

Condições oceânicas e tendências

De acordo com o boletim agroclimático, as anomalias médias mensais na região de referência para a definição do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (Enos) apresentaram valores próximos de zero nos últimos meses. Esse comportamento reforça a persistência das condições de neutralidade no Pacífico Equatorial. 

A análise do modelo de previsão Enos, realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para a permanência das condições de neutralidade durante o trimestre, com probabilidade de 62%. 

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