Greening e seca cortam safra de laranja para 306,7 milhões de caixas

Déficit de chuva chega a 33% no cinturão citrícola

10.09.2025 | 10:46 (UTC -3)
Revista Cultivar

A primeira reestimativa do Fundecitrus projeta 306,74 milhões de caixas de 40,8 kg para a safra 2025/26 no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro. O volume recua 2,5% ante maio, quando a estimativa indicava 314,60 milhões de caixas. O corte decorre principalmente do aumento da taxa de queda de frutos e do ritmo mais lento da colheita. A divulgação ocorreu hoje.

O Fundecitrus revisa a taxa de queda de frutos de 20% para 22%. Setores com maior incidência de greening, como Sul, Centro e Sudoeste, registram perdas mais intensas. Norte e Noroeste sofrem menos.

Além do greening mais severo, a instituição atribui a queda ao déficit hídrico e ao inverno com temperaturas mais amenas. A colheita mais tardia concentra frutos da segunda florada e prioriza maturação para suco de melhor qualidade.

O diretor-executivo Juliano Ayres informa que a severidade média do greening no cinturão sobe de 19% em 2024 para 22,7% em 2025, com redução estimada de cerca de 35% no potencial produtivo. Segundo Ayres, o aumento da severidade impacta diretamente a queda prematura e determina a redução da safra nesta reestimativa.

A chuva acumulada entre maio e agosto alcança 94 milímetros, 33% abaixo da média histórica de 1991–2020. Apenas São José do Rio Preto registra precipitação 21% acima do histórico.

As chuvas de abril e junho garantem umidade suficiente do solo. O peso das variedades precoces Hamlin, Westin e Rubi permanece em 134 g, com 305 frutos por caixa. Outras precoces caem de 158 g (259 frutos/caixa) para 150 g (272 frutos/caixa). A Pera tende a ganhar peso de 154 g (265 frutos/caixa) para 156 g (261 frutos/caixa) por causa da colheita mais tardia e das chuvas de primavera. Valência e Folha Murcha mantêm 174 g (235 frutos/caixa). Natal mantém 169 g (242 frutos/caixa). A projeção do tamanho médio geral não muda.

Avanço da colheita

A colheita avança lentamente. Até meados de agosto, 25% da safra havia sido colhida, ante cerca de 50% no mesmo período do ciclo anterior. Hamlin, Westin e Rubi alcançam 68% de colheita; outras precoces, 75%. Pera atinge 17%. Entre as tardias, Valência e Folha Murcha somam 1% e Natal, 2%.

Por grupos de maturação, a reestimativa aponta 47,14 milhões de caixas para Hamlin, Westin e Rubi (-4,7%), 18,00 milhões para outras precoces (-9,4%), 89,38 milhões para Pera (-1,3%), 112,79 milhões para Valência e Folha Murcha (-1,6%) e 39,43 milhões para Natal (-1,8%).

O documento técnico detalha que a queda média sobe para 22% e lista o agravamento em variedades e setores. Hamlin, Westin e Rubi passam a 15%; outras precoces, 16,6%; Pera, 22%; Valência e Folha Murcha, 24,9%; Natal, 25,5%. A intensidade aumenta onde o greening incide mais.

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