Farsul promoveu reunião para debater impactos da seca

Os reflexos da seca na economia do estado do Rio Grande do Sul e as medidas necessárias para mitigar esses impactos foram discutidos na tarde desta quinta-feira (24/02) na sede da Farsul

25.02.2022 | 15:09 (UTC -3)
Imprensa Farsul/Divulgação CNA

Os reflexos da seca na economia do estado do Rio Grande do Sul e as medidas necessárias para mitigar esses impactos foram discutidos na tarde desta quinta-feira (24/02) na sede da Farsul. O encontro, que teve formato híbrido, contou com a participação do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, parlamentares federais e estaduais, prefeitos, presidentes de sindicatos rurais e representantes de entidades representativas do setor.

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, abriu o encontro lamentando o atual cenário após uma safra anterior exitosa. "Ano passado alcançamos o posto de segundo estado produtor de alimentos, neste devemos cair para quarto", avaliou. "Temos que negociar para reduzir as perdas e ainda teremos um Plano Safra reduzido. Além disso, os custos aumentaram 50% e agora a Rússia invade a Ucrânia podendo impactar nos preços dos fertilizantes", completou.

Gedeão considera que a safra de inverno possa ser favorecida pelas previsões de uma manutenção do fenômeno climático La Niña até o final do ano. Além disso, o surgimento de um conflito no Leste Europeu pode impactar no preço do trigo. "Porém, temos que encontrar um caminho para que o agricultor se mantenha viável", disse.

O economista-Chefe do Farsul, Antônio da Luz, apresentou um levantamento feito pela Federação sobre o impacto da estiagem na economia gaúcha. "Este choque vai reverberando em toda economia. Dos 67 anos setores que a formam, 63 são afetados diretamente. A perda equivale a 4,31 vezes a capacidade de armazenamento da Fecoagro. No total, serão R$ 115,7 bi a menos, uma queda de 8% do PIB sendo", explicou.

A CNA vem trabalhando na busca por soluções para os estados afetados pela seca ou pelo excesso de chuvas, conforme explicou o diretor Técnico da Confederação, Bruno Lucchi. A estimativa da Confederação é que sejam necessários entre R$ 2,9 bi e R$ 3 bi para o Plano Safra. O desafio está em conseguir esses recursos. Conforme Lucchi, são duas ações pincipais trabalhadas pela CNA atualmente. A primeira é a sensibilização do relator-geral do Orçamento 2022, deputado Hugo Leal, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira para a recomposição do orçamento do crédito rural. A outra é uma Medida Provisória para crédito suplementar que não fure o teto de gastos.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Bastos Filho, comentou que o trabalho atual está em conseguir realocar valores de outros ministérios para garantir recursos que cubram as renegociações e viabilizam o crédito para a próxima safra.

O Governador Eduardo Leite lamentou a situação. Ele reconheceu os esforços feitos pelo Mapa junto ao Ministério da Economia para reduzir as perdas dos produtores. "Isso que a gente quer, a sobrevivência para a próxima safra", garantiu. Leite, tocou em um ponto que vem sendo fortemente trabalhado pela Farsul que é a reservação de água nas propriedades por meios de um plano estruturado. "Ninguém quer crescer à custa da degradação ambiental. Mas não pode acontecer a negativa de reservação de água para a produção de alimentos", destacou.

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