Encontro discute produção integrada de citros
Renata Clarke, da área de Nutrição e Defesa do Consumidor da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), da sede em Roma, e Anne MacKenzie, da Agência Canadense de Inspeção Alimentar, estão em São Carlos/SP conhecendo as instalações da Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e discutindo detalhes para a realização do Congresso Internacional de Nanobiotecnologia, que deverá acontecer em 2010 na cidade, em parceria da Embrapa, FAO e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Renata Clarke chegou quarta-feira (19/11), e visitou os laboratórios que desenvolvem pesquisas à base de nanotecnologia, incluindo o Instituto Alan MacDiarmid de Nanotecnologia para o Agronegócio na Embrapa Instrumentação Agropecuária. Hoje, 20, a representante da FAO conheceu o Instituto de Estudos Avançados da USP- São Carlos, projetos da Rede de Inovação e Prospecção para o Agronegócio (Ripa), laboratórios do professor Waltencir Zucolotto e de Cristalografia do Instituto de Física da USP São Carlos. Renata Clarke ainda visitou a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Embrapa Pecuária Sudeste, onde foi recebida pelo chefe-geral, Maurício Mello de Alencar, pelos chefes-adjuntos de Pesquisa & Desenvolvimento, Ana Rita de Araújo Nogueira, e Comunicação e Negócios, Patrícia Menezes Santos, e pelo assessor internacional da unidade, pesquisador Francisco Dübbern de Souza.
Cientistas da Embrapa, USP, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e representantes do Ministério da Saúde estiveram reunidos em abril na Capes, em Brasília, para discutir a implantação de um programa nacional de nanobiotecnologia em rede para a formação de recursos humanos que incentive estudos sobre suas implicações, benefícios e riscos para sistemas vivos ou para o meio ambiente. O tema já vem sendo discutido há alguns anos nos Estados Unidos, Europa e Japão, sendo que os investimentos nesta área são gigantescos visando os enormes benefícios que a nanotecnologia pode trazer para a sociedade desde a melhoria da qualidade e desempenho de vários produtos e processos até na qualidade de vida e saúde do ser humano, como o desenvolvimento de nanosensores e biossensores para monitoramento da qualidade de água e do ar atmosférico, assim como para a realização de diagnóstico precoce de doenças e cura de câncer, segundo estudos recentes que estão sendo realizados no IFSC da Universidade de São Paulo em parceria com a Fundação Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP de São Carlos. Para o professor Sérgio Mascarenhas, países como Brasil devem iniciar o mais rápido possível seus estudos para que tenham igualdade de condições em pesquisa e desenvolvimento na área de nanobiotecnologia. O pesquisador defende a urgência de se implementar um programa nacional de nanobiotecnologia com participação de empresas e indústrias de base tecnológica, para que alcance o sucesso desejado, em tempo hábil. Os cientistas alertam para a necessidade de estudar não apenas os benefícios da nanotecnologia, que já têm sido bastante explorados, mas também de se avaliar a toxicidade de produtos nanotecnológicos considerando todo o ciclo de vida, em particular os possíveis impactos destes na agricultura, alimentos, meio ambiente e saúde pública, conforme discussão que está ocorrendo em vários setores da sociedade e organismos regulatórios em outros lugares do mundo.
O coordenador da Rede de Nanotecnologia para o Agronegócio e chefe de P&D da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Luiz Henrique Caparelli Mattoso, participou em maio de um grupo internacional de estudo sobre o assunto coordenado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em Roma. "Esta participação trouxe conexões importantes com especialistas estrangeiros no tema, resultando na visita das representantes do órgão a São Carlos ".
Após a discussão em Brasília, em maio, foi formado um comitê composto pelos cientistas que participaram da reunião para auxiliar a Capes na elaboração de um Programa Nacional de Nanobiotecnologia, para formação de recursos humanos na área de vital importância para o país, como enfatizou o professor Sérgio Mascarenhas. O comitê deverá propor diretrizes para a criação do Programa de Formação de Recursos Humanos para a Nanobiotecnologia no Brasil (Pnnanobiotec).
Joana Silva
Embrapa Instrumentação Agropecuária
(16) 2107 2927
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