Os primeiros números divulgados nesta terça-feira, 10 de outubro, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2017/2018 apresentam indícios de redução de área na cultura do arroz em todas as regiões do país. A constatação é do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, que compara a situação brasileira com a do Paraguai que, segundo ele, segue aumentando a sua área.
Dornelles afirma que também existe a expectativa de diminuição da produtividade devido à previsão de condições climáticas não favoráveis e à descapitalização dos produtores. "Isso demonstra que o cultivo de arroz no Brasil não está sendo rentável. E com a forte queda dos preços em plena entressafra, a redução de área poderá ser ainda maior, isto porque em regiões onde é fácil a troca por outra cultura mais rentável, poderá ocorrer maior migração", observa.
De acordo com o estudo da Conab, a área de arroz no Brasil deve diminuir entre 1,3% e 0,3%, ficando a produção em torno de 11,75 milhões de toneladas e 11,85 milhões de toneladas, redução entre 4,7% e 3,8% em relação à safra passada. Para o Rio Grande do Sul, a previsão é que a área cultivada com o cereal se mantenha em 1,100 mil hectares, e para a produção a expectativa é de uma queda de 3,6%, ficando em 8,4 milhões de toneladas. A produtividade também deverá registrar queda de 3,6%.
O dirigente da Federarroz salienta que no caso do Estado gaúcho, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) já apurou área de arroz inferior à considerada pela Conab. Dornelles avalia que, como os prognósticos não são favoráveis para o ano que vem, tudo indica que mesmo com a relativa redução de área não há expectativa de melhores preços para o próximo ano comercial, indicando que haverá uma forte queda de renda ao produtor para o período 2017/2018.