Exportação de café do Brasil cai 20% em outubro de 2025
Embarques somaram 4,141 milhões de sacas, contra 5,176 milhões aferidos no mesmo mês de 2024
No acumulado dos meses de agosto, setembro e outubro de 2025, as exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos registraram queda de 31,3%. O resultado é reflexo direto dos primeiros três meses de aplicação das sobretaxas aplicadas pelo país norte-americano. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, o valor representa US$ 973,1 milhões a menos na economia dos municípios do Brasil.
Entre os setores mais afetados estão a cana-de-açúcar, produtos florestais, carne bovina e cafeicultura. O açúcar de cana em bruto praticamente deixou de ser exportado para os Estados Unidos. Nos três meses, o Brasil embarcou 231 milhões de toneladas a menos, resultando em perda econômica de US$ 111,3 milhões no período.
A carne bovina in natura acentuou as perdas em outubro, passando a ser o setor mais impactado com o tarifaço, chegando a uma redução total de US$ 169,6 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na produção florestal, a exportação de celulose para os Estados Unidos apresentou forte retração em outubro de US$ 68 milhões, o que resultou em aumento das perdas no trimestre para US$ 137 milhões nas exportações. A venda de papel teve uma queda de US$ 36,7 milhões e o café verde exportou 36,9 milhões de toneladas a menos que no mesmo período anterior, o que representa uma perda de US$ 71 milhões para a economia dos municípios.
Entre os municípios mais afetados estão Imperatriz (MA), que apresentou uma queda de US$ 50 milhões, e Santa Cruz do Sul (SC), que registrou uma perda de US$ 44 milhões. Outros municípios que apresentaram queda significativa nas exportações em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior foram Três Lagoas (MG), com redução de US$ 42 milhões; Campo Grande (MS), com perda de US$ 36 milhões; e Ituiutaba (MG), com queda de US$ 34 milhões.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou um levantamento com municípios exportadores e identificou que algumas prefeituras foram procuradas por produtores afetados pelas novas tarifas. “Os municípios têm atuado para apoiar os produtores na busca por novos mercados. Para esses gestores, a principal preocupação está relacionada às possíveis perdas de empregos e à redução da arrecadação municipal. Qualquer redução de arrecadação significa menos dinheiro no município e quem sofre não é só o gestor, mas principalmente a comunidade”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
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