Especial Agrishow: Case IH define categorias de autonomia e anuncia programa piloto
Cinco categorias compõem a estrutura que delineia um espectro de automação
Criar uma plataforma capaz de integrar as 500 estações meteorológica existentes hoje no sistema brasileiro de previsão do tempo, com as centenas de estações privadas instaladas pelos produtores rurais em suas fazendas. Essa medida representaria uma expressiva melhoria na qualidade das previsões meteorológicas utilizadas na agricultura. Essa avaliação foi consenso entre os participantes do painel “O Clima no Brasil em 2018 e seu Impacto nas Safras 2018/2019”, promovido nesta quarta-feira (2), pela Climatempo, na Arena do Conhecimento da 25ª Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola.
“O compartilhamento de informações e dados entre o maior número possível de estações medidoras é essencial para dar maior confiabilidade nas previsões, que é instrumento fundamental para a tomada de decisão dos produtores rurais”, afirmou Carlos Magno, presidente da Climatempo. “Na maioria das culturas agrícolas, a janela climatológica para plantio ou colheita costuma ser muito estreita. Em razão disso, ter uma previsão que seja a mais confiável possível, é fundamental para o produtor, pois, sobretudo no caso de grandes plantações, um erro pode representar a diferença entre lucro ou prejuízo”, afirmou Júlio Cézar Busato, presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), um dos participantes do painel.
No painel seguinte, Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Territorial proferiu a palestra Atribuição, uso e gestão de terras e a Agricultura 4.0 enfatizando ser necessário buscar o dado correto. Segundo ele, existe uma grande quantidade de informações, a partir de sensores das máquinas agrícolas, de estações meteorológicas, disponíveis na internet. “Mas precisamos buscar o right data, ou seja, os dados corretos, para facilitar o trabalho no campo, se tiver que combater a ferrugem, por exemplo”, resumiu Miranda, destacando que os dados não seriam restritos a previsões do tempo, mas com dados mais precisos nas lavouras.
Miranda citou que um projeto-piloto, envolvendo Climatempo e Embrapa Territorial, denominado Agroeste, com produção de algodão, deve começar, em breve, um projeto na Bahia, com a intenção de ter dados mais corretos. Ele enfatizou que os grandes produtores terão informações mais rápidas, mas que os pequenos, por meio de cooperativas organizadas, também poderão melhorar a comunicação no campo.
Do painel participou ainda Danielle Bressiani, gerente de P&D do Labs Climatempo, que apresentou o aplicativo Agroclima PRO. E Rafael Guimarães, presidente da Hughes Brasil, destacou que a empresa terá, até o final deste ano, cerca de 4.900 cidades com cobertura de internet por satélite. Segundo ele, 22% dos domicílios rurais do país ainda estão sem conexão com a internet, principalmente na região Norte.
O escritor José Luiz Tejon, que foi o moderador do painel, destacou: “Quanto mais bem coordenadas as cadeias produtivas, menos incertezas”. E acrescentou que, com cerca de 500 estações meteorológicas conectadas por satélite, o Brasil tem possibilidade de ter informações detalhadas, similares às existentes nos Estados Unidos. “O tempo é hoje, agora”, finalizou.
A Agrishow 2018 teve início no dia 30 de abril e se encerra na sexta-feira, dia 4 de maio. A feira é uma iniciativa das principais entidades do segmento no país: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e SRB - Sociedade Rural Brasileira. O evento é organizado pela Informa Exhibitions, integrante do Grupo Informa, um dos maiores promotores de feiras, conferências e treinamento do mundo com capital aberto.
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