Previsibilidade é o desafio da indústria de flores, frutas, legumes e verduras
O produtor vê com preocupação o aumento do custo do frete, principalmente para o sul e nordeste
Em colaboração com o setor produtivo, a Embrapa está coletando amostras de amendoim das áreas produtoras no Brasil com o objetivo de realizar o mapeamento quanto a presença, ou não, da doença conhecida como carvão do amendoim. “Somente com o esforço do setor produtivo em coletar o maior número de amostras possíveis poderemos ter informações suficientes para concluir se o patógeno está ou não presente nas áreas de produção de amendoim do Brasil e se outras medidas devem ser adotadas, além das que já estão sendo utilizadas, como é o caso do tratamento de sementes e a rotação de culturas”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão, Dartanhã Soares, responsável pelo mapeamento.
A pesquisa teve início no ano passado, quando foram recebidas mais de 600 amostras oriundas de mais de 80 municípios. “Embora a área de abrangência tenha sido significativa, a representatividade da maioria dos municípios foi muito baixa, pois mais de 50% dos municípios tinham apenas uma ou duas amostras”, relata.
Segundo o pesquisador, é preciso melhorar a representatividade para permitir a obtenção de resultados mais confiáveis. “Não existe um número mínimo ou ideal de amostras, mas é imprescindível que a amostra seja a mais representativa possível da área de produção”, afirma.
O levantamento está sendo realizado com os produtores, especialmente do estado de São Paulo, onde se concentra a maior área de produção, com apoio de entidades do setor, para determinar se há presença do patógeno nas lavouras comerciais e, caso constatado, definir medidas para evitar sua dispersão.
Dartanhã salienta que embora as viagens de retirada das amostras possam sofrer algum atraso em função da pandemia do coronavírus “é muito importante que o setor colete as amostras e as mantenha separadas e corretamente identificadas para uma posterior retirada”.
“Algumas entidades já vêm fazendo coletas desde o início de março e, embora agora já estejamos no final da safra, ainda é possível fazer a coleta de amostras das áreas remanescentes e, nesse caso, os esforços devem ser direcionados para obtenção do maior número de amostras de uma mesma área, melhorando assim a representatividade da amostragem”, afirma o pesquisador.
O carvão do amendoim é uma doença causada pelo fungo Thecaphora frezii, patógeno que ataca as vagens, produzindo uma massa negra de esporos em substituição aos grãos. A doença não deixa sintomas na parte aérea, o que dificulta a detecção. “Normalmente a presença do patógeno na área de cultivo só é detectada quando ele já está amplamente disperso e os danos ocasionados já são elevados. Daí a importância de estudos preliminares para a detecção desse patógeno nos seus estágios iniciais de dispersão, de modo a se evitar as altas perdas de produção que têm sido observadas em outros países”, diz o pesquisador.
O agente causal do carvão do amendoim sobrevive no solo por longos períodos, mesmo na ausência do hospedeiro. A transmissão da doença se dá por meio de sementes, da dispersão de esporos pelo vento, e pelo trânsito de maquinário agrícola, o que facilita sua introdução em novas áreas de cultivo.
As amostras de amendoim devem estar secas, para evitar o apodrecimento ou crescimento excessivo de fungos, acondicionadas em sacos de papel devidamente identificados com uma etiqueta contendo o número da amostra. Para saber mais sobre o procedimento para envio de amostras clique aqui.
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