Crescimento dos bioinsumos no Brasil atrai investidores globais

O mercado de bioinsumos no Brasil continua a se expandir em ritmo acelerado. Segundo Mark Trimmer, presidente da consultoria DunhamTrimmer, o país lidera a adoção de produtos biológicos no mundo nos últimos cinco anos. O crescimento tem superado todos os demais países e atraiu o interesse de empresas e investidores internacionais.

A nova lei de bioinsumos (Lei 15.070/24) criou um marco regulatório importante, mas levantou controvérsias. A produção ‘on farm’ preocupa parte da indústria quanto à qualidade e à segurança dos produtos. Trimmer destaca a importância da capacidade do governo em fiscalizar essas operações sem desestimular inovação e investimentos.

Apesar do ritmo de crescimento, Trimmer não vê risco imediato de uma bolha no setor. O desenvolvimento bem-sucedido de biológicos em culturas extensivas de grãos e o tamanho do mercado justificam o otimismo. “Por enquanto, vemos oportunidade contínua para maior crescimento do mercado brasileiro”, afirma.

Na América Latina, fatores políticos e comerciais globais trazem riscos e oportunidades. Tensões internacionais podem favorecer exportações da região, enquanto eleições no Brasil, previstas para 2026, podem alterar o cenário regulatório e de investimentos.

O interesse de multinacionais já se reflete em aquisições e parcerias com empresas brasileiras. No segmento de bioestimulantes e biofertilizantes, a busca do Brasil por reduzir a dependência de fertilizantes importados pode abrir novos caminhos para investidores.

Trimmer ressalta que o sucesso dos biológicos na região exige compreensão profunda dos sistemas agrícolas locais. Produtos desenvolvidos para Europa ou EUA não necessariamente funcionam no Brasil. “É preciso projetar soluções específicas para os desafios dos produtores latino-americanos”, conclui