LDC divulga resultados financeiros do primeiro semestre de 2025
Grupo registrou crescimento de volume e ampliou investimentos em grãos, oleaginosas e alimentos voltados ao consumidor final
A Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa) inicia este ano a implantação da segunda maior indústria de biodiesel de Santa Catarina, localizada na Linha Tomazelli, em Chapecó (SC), com previsão de concluir em outubro de 2026, data que marca os 59 anos de fundação. O novo empreendimento, será o segundo maior projeto industrial da história da cooperativa. “Ele reforça o compromisso da Alfa com a sustentabilidade, inovação e agregação de valor à produção dos associados”, declarou o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet.
A usina terá capacidade para produzir 1.150 metros cúbicos de biodiesel por dia — o equivalente a 414 mil m³ por ano — a partir do processamento de soja já realizado pela indústria existente da Alfa, que atualmente esmaga 2,4 mil toneladas por dia. A expectativa é de que o empreendimento gere, já na primeira fase de operação, R$ 115,5 milhões ao ano em ICMS para o estado, mesmo operando com 50% da capacidade instalada.
Além de criar 110 empregos diretos e mobilizar cerca de 300 trabalhadores terceirizados durante a instalação, a nova planta impactará positivamente toda a cadeia de insumos, transporte e logística da região. “É um projeto que beneficia não só a Cooperalfa e seus associados, mas toda a sociedade. O biodiesel é um combustível renovável que contribui significativamente para a redução das emissões de carbono, promovendo crescimento responsável no agronegócio”, destaca o engenheiro mecânico e coordenador do projeto, Victor Luis Bohm Kühn.
O novo complexo industrial Cooperalfa também irá produzir subprodutos como borra, oleína e glicerina, esta última amplamente utilizada na indústria de cosméticos. Para garantir a excelência do produto e atender às normas da ANP, a Cooperalfa implantará um laboratório com os mais modernos equipamentos no mercado além de certifica-lo na ISO 17025.
A usina reforça o protagonismo da cooperativa no cenário da transição energética, num momento em que o país discute o futuro dos combustíveis. Atualmente, o diesel comercializado no Brasil contém 15% de biodiesel (B15), com previsão legal de alcançar 20% (B25) até 2030 com limite de até 25% nos anos posteriores, conforme a Lei do Biocombustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024).
A grande maioria da soja processada pela indústria da Alfa é fornecida pelos cooperados. O projeto visa aumentar o valor agregado da produção, fortalecendo economicamente os associados e promovendo o desenvolvimento regional.
Durante a Efapi 2025, em Chapecó, a Cooperalfa apresentará ao público uma maquete detalhada da usina, permitindo à sociedade conhecer melhor o projeto e sua relevância para o futuro da matriz energética brasileira.
O presidente da Cooperalfa, Romeo Bet, explicou que dentro desse projeto da industrialização de biodiesel, existe uma ampliação da própria indústria de soja, que tem hoje uma capacidade de 2 mil toneladas por dia. Com a ampliação para atender a demanda da indústria de biodiesel, ela irá para 3 mil toneladas/dia. E o óleo, então, será transformado em biodiesel. “São investimentos razoavelmente altos, mas eu tenho a certeza que esse projeto dará muito certo e agregará valor à produção entregue pelo associado ", destaca o presidente Romeo.
O 1o vice-presidente e diretor industrial, Cládis Jorge Furlanetto, explicou que a Cooperalfa está investindo na indústria de biodiesel por uma série de razões estratégicas, tais como a infraestrutura já existente. A cooperativa já possui uma indústria de extração por solvente, que gera aproximadamente 400 toneladas por dia de óleo bruto degomado. Esse volume será utilizado como matéria-prima para a produção de biodiesel, cuja demanda será de cerca de 1.000 toneladas por dia.
Outro fator decisivo foi a mudança na política do governo federal, que deixou de controlar o preço do biodiesel, transferindo essa definição para o próprio mercado. Esse novo cenário proporciona maior previsibilidade e viabilidade econômica para o retorno do investimento.
A perspectiva de a Alfa adquirir o Selo Combustível Social também foi um fator relevante na decisão. Esse selo garante benefícios fiscais e preferência em contratos governamentais, desde que haja envolvimento de agricultores familiares no fornecimento de matéria-prima, o que está alinhado com os princípios cooperativistas da Alfa.
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