Condições ambientais proporcionam evolução mais adequada à soja no RS

Continuidade das condições ambientais desde o início de março, com chuvas alternadas a períodos de tempo firme e com temperaturas mais amenas, proporcionou uma evolução mais adequada à cultura da soja em fases anteriores à maturação

17.03.2022 | 17:25 (UTC -3)
Taline Schneider/Emater/RS-Ascar

A continuidade das condições ambientais desde o início de março, com chuvas alternadas a períodos de tempo firme e com temperaturas mais amenas, proporcionou uma evolução mais adequada à cultura da soja em fases anteriores à maturação. De acordo com o Informativo Conjuntural, produzido e divulgado nesta quinta-feira (17/03) pelas gerências de Planejamento e Comunicação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), as lavouras em recuperação apresentam plantas com porte médio, aumento de ramificações, emissão de folhas e concentração de vagens em formação no terço superior. Para as lavouras semeadas no final do período recomendado, houve um aumento significativo do número de nós e trifólios nas plantas bem como folhas de maior tamanho, dando aspecto visual de lavouras bem desenvolvidas.

As precipitações atrapalharam parcialmente a colheita, que alcançou 9% da área cultivada. A operação seguiu sendo realizada em lavouras que foram mais afetadas pela estiagem, com cultivares mais precoces. Outros 37% estão em fase de de maturação, 41% em enchimento de grãos, 12% em floração e resta apenas 1% ainda em germinação e desenvolvimento vegetativo.

A colheita do milho evoluiu lentamente para 68% da área cultivada. O acréscimo de apenas 4% foi condicionado pela ocorrência de chuvas e pela maior atenção à operação em outros cultivos, como a soja e o arroz. A produtividade estimada permanece em 3.428 kg/ha, representando um decréscimo de 53% da projetada inicialmente. A melhoria nas condições ambientais, durante o mês de março favoreceu 15% dos cultivos que estão em estágios vegetativo (2%), em florescimento (3%) e em enchimento de grãos (10%). As áreas em maturação permanecem pouco afetadas pelas precipitações e chegam a 17%.

Olerícolas

Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, o desenvolvimento de todas as espécies olerícolas apresenta-se adequado, beneficiadas pela umidade no solo e temperaturas mais favoráveis. O retorno da umidade no solo permitiu a retomada das atividades de preparo dos canteiros, semeaduras e transplantes dos cultivos a campo. A cultura do tomate em ambiente protegido, implantada em meados de janeiro, apresenta bom evolução, e os frutos das primeiras pencas já estão em início de desenvolvimento. A incidência de tripes ainda é alta, necessitando continuidade de controle. A cultura da mandioca está em início da colheita, mesmo com a redução do desenvolvimento devido à estiagem. Raízes apresentam teor mais elevado de fibras. A produção regional ainda não está normalizada em consequência da baixa oferta de produtos nas feiras.

Frutícolas

Na regional de Santa Rosa, as boas chuvas na primeira quinzena de março, a redução da temperatura e a boa umidade do solo favoreceram os pomares. Com as boas condições climáticas da semana, os produtores realizaram o manejo do controle de pragas e doenças e as adubações em cobertura necessárias. Já se percebe a mudança no aspecto dos pomares, que se apresentam com folhas sem murcha. Plantas cítricas estão em frutificação, com tendência de frutos menores, porém com maior teor de açúcar devido à baixa umidade do solo na frutificação. A manga está em período de maturação e colheita na região, assim como butiá, caqui e goiaba.

Pastagens

A ocorrência de chuvas, em praticamente todo o estado do RS, possibilitou a retomada do desenvolvimento das pastagens, permitindo o pastejo em diversos locais que estavam prejudicados pelo efeito da estiagem prolongada. Em geral, as espécies forrageiras estão com rebrote, sendo que muitos produtores aproveitaram a umidade do solo para realizar a adubação em cobertura e, assim, potencializar o crescimento das plantas.

Áreas com pastagens cultivadas de verão, como capim kurumi e capim capiaçu, mostram-se mais resistentes à falta de umidade no solo, sendo que a ocorrência de chuvas, proporcionou a boa oferta de pasto aos animais. Os campos nativos apresentam uma boa resposta aos eventos de chuva, melhorando a disponibilidade de massa verde para o pastejo. Muitos produtores já iniciaram o preparo das áreas que receberão pastagens de inverno.

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