Colhedora axial ou híbrida: como escolher para sua lavoura

Tipo de cultura, área de plantio e perfil da propriedade são decisivos na definição do modelo

10.09.2025 | 14:22 (UTC -3)
Flavia Amarante

Na hora de renovar ou ampliar o maquinário agrícola, a escolha da colhedora é uma das decisões mais importantes para garantir produtividade e eficiência. Uma dúvida muito comum entre os agricultores é optar por um modelo axial ou híbrido. Ambos apresentam vantagens e características próprias e entender suas diferenças é fundamental para assegurar o melhor desempenho e o retorno sobre o investimento.

Anderson Schofer (na foto), especialista em colhedoras da Massey Ferguson, explica que a principal diferença entre os dois modelos está no sistema de trilha. A colhedora axial utiliza um único rotor responsável para realizar a trilha - processo de separação do grão da vagem, espiga ou cacho - e separação da palhada. É um sistema mais contínuo, ideal para grandes volumes de massa colhida. Já a híbrida combina dois sistemas dedicados: um cilindro convencional somente para trilha, seguido por dois rotores separador responsáveis pela separação final dos grãos. Essa configuração une a eficiência da trilha convencional à performance de baixas perdas na separação do sistema axial. 

Segundo Schofer, a decisão deve ser baseada em uma análise técnica alinhada às condições da lavoura. “A escolha deve considerar tipo de cultura, área e objetivo de produtividade, e não apenas preço ou potência”, orienta. O especialista lista os principais pontos a serem avaliados:

  • Tipo de cultura: culturas sensíveis a danos mecânicos, como sementes e feijão, tendem a se beneficiar do sistema axial, que oferece melhor qualidade de grãos. Já para culturas com grande volume de palhada, como trigo ou arroz, as híbridas se destacam pela alta capacidade de processamento em seus sistemas dedicados.
  • Topografia: em áreas extensas e planas, as axiais podem ser mais eficientes, já que apresentam melhor desempenho quando trabalham com fluxo contínuo de material. Em terrenos acidentados, o modelo híbrido pode oferecer melhor performance com menor índice de perdas. 
  • Condições climáticas e umidade: em regiões com colheita sob condições mais úmidas, a trilha dedicada e a separação eficiente das híbridas podem trazer vantagens. 
  • Perfil da propriedade: propriedades médias ou com culturas variadas podem se beneficiar da versatilidade das híbridas; grandes propriedades, com foco em escala e agilidade, tendem a optar pelas axiais.

Tecnologia embarcada

Tanto os modelos axiais quanto híbridos podem contar com tecnologias avançadas que fazem diferença no campo, como piloto automático com GPS, monitoramento em tempo real de produtividade e umidade, sistemas de gestão de frota, telemetria, diagnóstico remoto e alertas de manutenção. A presença dessas soluções não está vinculada ao sistema de trilha, mas a configuração escolhida pelo produtor. “Tanto híbridas quanto axiais podem ser altamente tecnológicas, o diferencial está na aplicação da tecnologia ao tipo de sistema”, esclarece o especialista. 

A adoção dos modelos também varia de acordo com a região e a cultura predominante. Na região Sul, por exemplo, a diversidade de culturas e o maior número de propriedades menores favorecem a preferência por colhedoras híbridas, que garantem versatilidade. Já no Centro-Oeste, onde predominam grandes áreas de soja e milho, a demanda por alta produtividade impulsiona a escolha pelas colhedoras axiais.

Schofer reforça que não existe um modelo “melhor” e sim o mais adequado para cada operação. “Antes de decidir, o produtor deve avaliar suas culturas, área de plantio, tipo de solo, disponibilidade de mão de obra, custo de manutenção e metas de produtividade. Contar com a consultoria técnica de um representante ou concessionária especializada é fundamental para tomar uma decisão assertiva e garantir que o investimento gere os resultados esperados”, finaliza.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025